Dólar opera em alta, após registrar maior valor em nove anos, e coloca a economia à beira do abismo

dolar_31Sem limite – Quando ainda participava da corrida presidencial, que lhe garantiu a reeleição, a petista Dilma Rousseff disse ao eleitorado nacional que a economia brasileira estava a caminho do prumo, o que tem sido desmentido diariamente com número diametralmente opostos ao ufanismo palaciano. Depois de mentir acintosamente ao longo da campanha, Dilma acreditou que o simples fato de anunciar os nomes dos integrantes da equipe econômica do próximo governo bastaria para acalmar o mercado financeiro e os investidores.

Nesta quinta-feira (11), a moeda morte-americana opera em alta, reflexo da falta de informações mais claras sobre a política econômica que será adotada a partir de 1º de janeiro. Por vota das 14 horas, o dólar registrava alta de 1,43% e era comercializado a R$ 2,6498. Horas antes, o Banco Central, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), informou que a inflação segue pressionada, mas que em 2015 ingressará em “longo período de declínio”. Otimismo que o mercado ainda não conseguiu enxergar.

Na quarta-feira (10), a moeda ianque fechou em alta, refletindo as dúvidas dos investidores sobre o comportamento futuro do Banco Central no mercado de câmbio. Na quarta, o dólar teve valorização de 0,55% frente ao real e fechou o dia valendo R$ 2,6125, maior valor desde 2005, quando, em 18 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,6157.

Atualmente, o Banco Central oferta todos os dias até 4 mil contratos de swap cambial tradicional (venda futura de dólares), programa que deve durar até o fim deste ano. O presidente do BC, Alexandre Tombini, que será mantido no cargo a partir de janeiro, tem afirmado que o atual estoque de contratos, de cerca de 100 bilhões de dólares, é suficiente para a proteção cambial que o País necessita, o que permite concluir que o programa pode desacelerar em 2015.

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Em tese a alta do dólar deveria ser positiva para o setor de exportações, mas o Brasil não consegue tirar proveito da situação por diversos motivos. O primeiro deles é o momento de declínio da industria verde-loura, que desde meados de 2005 vem sofrendo com os efeitos colaterais de um lento e impiedoso processo de desindustrialização.

O segundo motivo é que a economia global está em declínio, o que compromete as importações de muitos países considerados parceiros comerciais do Brasil. Mesmo que a situação do mercado global fosse contrária, as exportações brasileiras não contemplam o chamado valor agregado, o que explica o fato de o País viver basicamente da exportação de commodities.

No contraponto, a alta do dólar prejudica a batalha do governo para conter a inflação. Desde a crise global de 2008, o governo do PT vem, de forma irresponsável, apostando no consumo interno como forma de contornar o problema, mas essa estratégia não proporcionou o resultado esperado, além de ter provocado danos à economia. Entre os problemas decorrentes do consumismo estão o endividamento recorde das famílias e o preocupante e crescente índice de inadimplência, binômio que assusta cada vez mais os economistas e o mercado financeiro.

Nessa ciranda de consumo incentivada pelo governo petista, o dólar desvalorizado servia para garantir a entrada de produtos estrangeiros no mercado nacional, evitando a disparada da inflação. Com o dólar em alta e a indústria local sem condições de produzir, o mais temido fantasma da economia deve ganhar força.

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