Ministério da Justiça se nega a dar proteção à ex-gerente da Petrobras que alertou para a roubalheira

venina_fonseca_02Covardia oficial – Líder da Minoria no Congresso Nacional, o deputado federal e senador eleito Ronaldo Caiado (Democratas-GO) acredita que a ex-gerente da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, corre risco de morte e deve ter proteção da Polícia Federal. Venina denunciou na imprensa, com documentos, e prestou depoimento na Justiça Federal informando que alertou desde 2008 aos seus superiores, inclusive a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, sobre o esquema de corrupção instalado na empresa.

Desde o dia 12 de dezembro, quando a denúncia foi publicada pelo jornal “Valor Econômico”, Caiado enviou ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que solicitasse à Polícia Federal proteção à ex-funcionária da petroleira. A resposta do Ministério da Justiça, porém, é a de que a ação da PF depende da solicitação de Venina (ver ofício anexo).

“Desde que li a matéria do Valor Econômico, estou muito preocupado com a segurança da Venina. Por isso, fiz o ofício no mesmo dia pedindo proteção da Polícia Federal. O conteúdo e a abrangência da denúncia reforçam que ela corre risco de morte. Por muito menos, o Celso Daniel foi assassinado. Estamos falando agora de um esquema que envolve desvios de bilhões”, apontou o senador eleito se referindo ao ex-prefeito da cidade paulista de Santo André assassinado em 2002, após a descoberta de um esquema de desvios de recursos da prefeitura para financiamento de campanhas eleitorais.

Na noite de domingo (21), Venina, em entrevista ao Fantástico, afirmou que reportou pessoalmente a Maria das Graças Foster as irregularidades na companhia brasileira e incentivou os colegas a denunciarem outros desvios. “Quero reforçar que deve haver uma preocupação especial com a segurança da Venina. Ela não pode se transformar em outro Celso Daniel”, enfatizou Ronaldo Caiado.

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A lógica e o perigo

A resposta da Polícia Federal tecnicamente escora-se na lógica, pois é preciso o consentimento de Venina da Fonseca para que o esquema de segurança seja disponibilizado, mas a Constituição Federal é clara e incisiva ao estabelecer que o Estado, por meio dos seus operadores, têm a obrigação de zelar pela segurança e integridade de qualquer cidadão, em especial os que têm coragem de denunciar casos de corrupção.

Contudo, não se pode esquecer que um eventual esquema de segurança para proteger a vida da ex-gerente da Petrobras depende também da autorização do ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins Cardozo, que no caso do Petrolão vem exercendo o papel de “moleque de recados” da presidente Dilma Vana Rousseff, que a todo custo tenta escapar do tsunami em que se transformou a Operação Lava-Jato, ao mesmo tempo em que busca salvar a companheira Graça Foster.

Denunciar casos de corrupção no Brasil, país governado por um partido político que já deu mostras de ser uma organização criminosa com todas as letras, é tarefa que exige coragem e desprendimento, uma vez que as consequências são imprevisíveis. O editor do UCHO.INFO, juntamente com o empresário Hermes Magnus, denunciou, no começo de 2009, o esquema de corrupção que desaguou na Operação Lava-Jato e desde então vem enfrentando a truculência dos alarifes envolvidos no imbróglio. De tal modo, não há como esperar proteção do governo, já que muitos dos seus integrantes foram beneficiados pela ciranda de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras e contava com a ação bandoleira das empreiteiras.

Sendo assim, o melhor que Venina Velosa da Fonseca pode fazer é cuidar por conta própria da sua segurança e dos familiares, já que os que foram flagrados no Petrolão são criminosos profissionais ou contam com os serviços de mafiosos a serviço dos partidos. Que ninguém duvide dessa gente, sempre capaz das ações mais absurdas e covardes. O editor do UCHO.INFO é prova maior da ação desse marginais que acreditam estar acima da lei.

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