Dilma anuncia novos ministros, encerra nomeação da equipe do próximo governo e sepulta o futuro

dilma_rousseff_460Time completo Na manhã desta quarta-feira (31), faltando menos de 24 horas para iniciar seu novo mandato, a presidente reeleita Dilma Vana Rousseff (PT) anunciou os últimos 14 ministros que faltavam para completar a equipe do próximo governo, que continuará com inexplicáveis 39 ministérios.

Com dificuldades para negociar politicamente a indicação dos assessores, o que na prática garantiria blindagem no Congresso Nacional, Dilma decidiu manter nos cargos os seguintes ministros: Aloizio Mercadante Oliva (Casa Civil), Arthur Chioro (Saúde), Eleonora Menicucci de Oliveira (Políticas para as Mulheres), Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequena Empresa), Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), José Eduardo Cardozo (Justiça), José Elito Carvalho Siqueira (Segurança Institucional), Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), Manoel Dias (Trabalho e Emprego), Marcelo Côrtes Neri (Assuntos Estratégicos), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Thomas Traummann (Comunicação Social).

Para comandar o Ministério das Relações Exteriores a presidente indicou o embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira. O ministro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, que deixa a pasta nesta quarta-feira, assumirá a embaixada brasileira em Washington.

A manutenção dos acima mencionados já era esperada, mas é preciso levar em consideração alguns fatos. Aloizio Mercadante foi pífio como senador pelo estado de São Paulo e protagonizou um dos mais inexplicáveis vexames do Senado Federal. Após renunciar, em caráter irrevogável, à liderança do PT por discordar da proteção oferecida pelo governo do PT ao senador José Sarney, Mercadante voltou à tribuna da Casa para dizer que revogava o irrevogável. Isso se deu porque Lula chamou o companheiro de legenda ao Palácio da Alvorada, onde passou-lhe uma constrangedora carraspana. Aloizio Mercadante sempre sonhou em assumir o Ministério da Fazenda, mas um imbróglio em sua tese de doutorado, na qual conseguiu a proeza de plagiar a si próprio, acabou vendo o sonho virar pesadelo. Agora, continuando à frente da Casa Civil, Mercadante poderá palpitar no trabalho de Joaquim Levy e Nelson Barbosa, ministros indicados da Fazenda e do Planejamento, respectivamente.

O Ministério do Trabalho e Emprego estava na alça de mira do Partido dos Trabalhadores, mas Dilma, por conta da briga que trava nos bastidores com o lobista Lula, decidiu manter o pedetista Manoel Dias no cargo. O PT queria emplacar alguém ligado ao movimento sindical para comandar a pasta. Com isso, o grupo de Lula perde espaço no governo e o PT fica com apenas sete dos 39 ministérios. Manoel Dias chegou ao cargo, em março de 2013, depois da demissão de Brizola Neto, mas desde então vem sendo açoitado por seguidas denúncias de irregularidades. Dias negou ter cometido qualquer transgressão e foi mantido no cargo sem que a Justiça tivesse recebido qualquer denúncia sobre fraudes em contratos com entidades conveniadas.

O general José Elito Siqueira, responsável pela segurança da presidente Dilma Rousseff, permanece no cargo, mas continua devendo aos brasileiros uma explicação convincente sobre o escândalo do pedófilo da Casa Civil, já que a petista Gleisi Hoffmann não teve coragem suficiente para tal. Eduardo Gaievski, levado por Gleisi ao Palácio do Planalto como assessor especial e incumbido de cuidar das políticas federais voltadas para menores e adolescentes, já era investigado pela prática de estupro, crimes cometidos contra meninas pobres do interior do Paraná, algumas delas vulneráveis (menores de 14 de anos), quando alçado à Casa Civil. Entre as atribuições do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência está a de verificar o currículo e a vida pregressa dos indicados aos chamados cargos de confiança. O mesmo cabe à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que como o GSI deixou de cumprir o quer manda a legislação.

José Eduardo Martins Cardozo continuará ministro da Justiça, mas é preciso destacar que seu papel à frente da pasta é questionável, pois em muitas ocasiões foi acionado pela presidente da República para dar recados absurdos, como o da defesa de Maria das Graças Foster, dirigente maior da Petrobras. Cardozo, que sonha em chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), deveria dar exemplo de respeito às leis vigentes, mas dias atrás foi flagrado pela reportagem do UCHO.INFO cometendo de forma inconteste uma infração de trânsito, como mostra matéria publicada na última segunda-feira (29). A assessoria de Cardozo enviou nota para explicar a transgressão, mas não convenceu os leitores do site que se transformou em “A MARCA DA NOTÍCIA”.

Considerado, desde que chegou à Esplanada dos Ministérios, um “Cavalo de Troia” do PT no governo paulista (foi vice do governador Geraldo Alckmin), Guilherme Afif Domingos pouco ou nada fez como ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, pasta com orçamento e espaço físico minúsculos. Afif só foi mantido no cargo porque a presidente Dilma não conseguiu convencer alguns empresários pesos-pesados para assumir a pasta. O impasse da presidente mostra que o próximo governo será um fiasco, em especial na economia.

Confira abaixo os 39 ministros de Estado que tomarão posse na quinta-feira, 1º de janeiro de 2015:

Advocacia-Geral da União – Luís Inácio Adams

Agricultura – Kátia Abreu

Assuntos Estratégicos – Marcelo Côrtes Neri

Aviação Civil – Eliseu Padilha

Banco Central – Alexandre Tombini

Casa Civil – Aloizio Mercadante

Cidades – Gilberto Kassab

Ciência, Tecnologia e Inovação – Aldo Rebelo

Comunicação Social – Thomas Traummann

Comunicações – Ricardo Berzoini

Controladoria-Geral da União – Valdir Simão

Cultura – Juca Ferreira

Defesa – Jaques Wagner

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Armando Monteiro Neto

Desenvolvimento Agrário – Patrus Ananias

Desenvolvimento Social e Combate à Fome – Tereza Campello

Direitos Humanos – Ideli Salvatti

Educação – Cid Gomes

Esporte – George Hilton

Fazenda – Joaquim Levy

Igualdade Racial – Nilma Lino Gomes

Integração Nacional – Gilberto Occhi

Justiça – José Eduardo Martins Cardozo

Meio Ambiente – Izabella Teixeira

Micro e Pequena Empresa – Guilherme Afif Domingos

Minas e Energia – Eduardo Braga

Pesca – Helder Barbalho

Planejamento – Nelson Barbosa

Políticas para as Mulheres – Eleonora Menicucci de Oliveira

Portos – Edinho Araújo

Previdência Social – Carlos Gabas

Relações Exteriores – Mauro Luiz Iecker Vieira

Relações Institucionais – Pepe Vargas

Saúde – Arthur Chioro

Secretaria-Geral da Presidência – Miguel Rossetto

Segurança Institucional – José Elito Carvalho Siqueira

Trabalho e Emprego – Manoel Dias

Transportes – Antonio Carlos Rodrigues

Turismo – Vinicius Lages

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