Empresa de papel empurra ações da Petrobras para baixo e impulsiona criação de nova CPMI

petrobras_06Ação mafiosa – Quando deixou a Secretaria-Geral da Presidência na última sexta-feira (2), ocasião em que passou o cargo ao sucessor Miguel Rossetto, o coroinha palaciano Gilberto Carvalho, conhecido por ser dependente de declarações polêmicas, disse que petistas não são ladrões. Dois dias depois desse falácia, o jornal “O Globo” trouxe, na edição de domingo (4), matéria que afirma que a Petrobras criou uma “empresa de papel” para construir e operar uma rede de gasodutos.

Carvalho pode dizer o que quiser, até porque o Brasil ainda é uma democracia, e como tal privilegia a livre manifestação de pensamento, mas não há como negar o inegável. O escândalo da “empresa de papel” da Petrobras não apenas prova o banditismo político que tomou conta do PT nos últimos doze anos, mas anula a movimentação dos governistas no Congresso nacional para evitar a criação de uma nova CPMI para investigar os desmandos praticados na petrolífera nacional.

O jornal “O Globo” revelou, a partir de auditoria sigilosa realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que a Petrobras usou um escritório de contabilidade fluminense para constituir a empresa Transportadora Gasene S.A., responsável pela construção de gasodutos entre o Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.

Técnicos do TCU identificaram que um dos trechos do empreendimento teve os custos superfaturados em mais de 1.800%, além de outras irregularidades, como a dispensa ilegal de licitação, a inexistência de projeto básico e pagamentos sem a correspondente prestação de serviço. O trecho problemático está localizado entre o Polo de Gás Cacimbas, no município de Linhares (ES), e Catu, na Bahia, e foi inaugurado pelo governo do PT, em março de 2010, com direito a festa. Participaram da solenidade o então presidente Luiz Inácio da Silva, a então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, além do presidente e da diretora de Gás e Energia da estatal, José Sérgio Gabrielli e Maria das Graças Foster, respectivamente.

Os escândalos que têm corroído o caixa e a reputação da Petrobras são tantos, que nesta segunda-feira (5) as ações da empresa (ON) registraram queda de 8,11% e foram comercializadas a R$ 8,27, menor valor desde 2004. É fato que a queda no preço do petróleo no mercado internacional também contribuiu para mais esse recuo, mas é preciso destacar que os investidores ficam desconfiados quando o assunto é ação da Petrobras.

Desde que a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, desmontou a ciranda de corrupção que funcionava em algumas diretorias da empresa, a Petrobras vem sofrendo seguidos aranhões em sua imagem, outrora respeitada, não sem antes ver seus cofres serem saqueados por marginais que operavam a mando de partidos políticos e com a explícita anuência do Palácio do Planalto.

Em seu defensivo discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff decidiu passar rapidamente pelo escândalo do Petrolão e saiu em defesa da estatal. Disse a presidente reeleita: “Vamos defender a Petrobrás de seus predadores internos e inimigos externos. Por isso, vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito, fortalecer cada vez mais e criar mecanismo que evitem que fatos como este possam voltar a ocorrer”. Ora, os maiores predadores da Petrobras são o PT e alguns partidos da criminosa base aliada, como PMDB e PP, entre outros.

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