Cuba nega ter convocado entrevista coletiva e aliados garantem que Fidel está bem

(AFP - Getty Images)
(AFP – Getty Images)
Esperando a vez – O governo cubano negou nesta sexta-feira (9) que tenha convocado a imprensa estrangeira, em meio a rumores e publicações nas redes sociais sobre a eventual morte de Fidel Castro ou o agravamento da saúde do facinoroso ditador.

“Isso é falso. Não foi convocada nenhuma coletiva de imprensa”, disse um funcionário do Centro de Imprensa Internacional (CPI), departamento do Ministério das Relações Exteriores do país caribenho que atende os meios de comunicação internacionais. “Sempre anunciamos da mesma forma (através de um e-mail aos meios de comunicação) e nada foi enviado”, acrescentou o funcionário do CPI.

Alguns veículos midiáticos de Miami, conhecido reduto do anticastrismo, informaram que o centro de imprensa, sem identificar o CPI, havia convocado a imprensa estrangeira para uma coletiva nesta sexta-feira, em Havana, dando a entender que o eventual encontro tinha alguma relação com a piora da saúde de Castro, de 88 anos.

Contudo, nenhuma convocação foi recebida por vários órgãos de imprensa que cobrem o cotidiano da ilha através dos canais habituais utilizados pelo CPI: e-mail ou, às vezes, mensagens de texto de celulares. Os rumores sobre a suposta piora da saúde do líder cubano ganharam força depois que, na quinta-feira (8), completou um ano de sua última aparição pública, embora tenha recebido recentemente líderes estrangeiros em sua casa, em Havana.

“Me dá muita pena dos aborrecidos e ansiosos de Miami”, disse Yohandry Fontana, blogueiro cubano e um dos ferrenhos defensores dos irmãos ditadores Fidel e Raúl Castro. O blogueiro, que entrou em contato autoridades do governo da ilha e confirmou a não convocação da imprensa internacional, disse que Fidel passa bem e negou os rumores de que o evento com jornalistas estrangeiros seria para anunciar a morte do ditador. “Fidel Castro está muito bem, como sempre”,disse Fontana.

Afastado do poder desde julho de 2006, Fidel fez sua última aparição pública no dia 8 de janeiro de 2014, quando participou da inauguração da galeria do artista cubano Alexis Leyva ‘Kcho’ – seu velho amigo – no oeste da capital cubana. Sua última coluna de imprensa foi publicada em outubro do ano passado.

O “Comandante’, como o ditador é chamado pelos cubanos que o apoiam de “comandante”, o ditador, muito estranhamente se absteve de comentar publicamente o ensaio para a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, anunciado há três semanas por seu irmão e sucessor, Raúl Castro, e pelo presidente norte-americano Barack Obama.

Fidel também não participou da cerimônia de boas-vindas aos três agentes cubanos – considerados heróis na ilha – libertados por Washington como parte dos acordos que colocaram fim a meio século de rusgas e embargo econômico.

apoio_04