Boniteza pampeira – Se o peemedebista José Ivo Sartori será bom como governador do Rio Grande do Sul ainda é cedo para qualquer especulação, mas no quesito referência de beleza feminina o novo inquilino do Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho, já deu mostras que é do ramo.
Sartori, que prometeu austeridade e coerência durante a campanha eleitoral, quando derrotou o petista Tarso Genro, que tentava a reeleição, escolheu Gabriela Markus, ex-miss Brasil, para ocupar o cargo de secretária-adjunta de Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul.
Gabriela Markus, 26 anos, venceu o concurso em 2012 e representou o Brasil, no mesmo ano, no concurso Miss Universo, terminando a disputa em quinto lugar. A nomeação de Markus foi publicada nesta terça-feira (13) no Diário Oficial gaúcho.
A nova secretária-adjunta de Turismo da terra de chimangos e maragatos foi candidata a deputada estadual pelo PMDB na última eleição, ocasião em que arrancou das urnas aproximadamente 26 mil votos, o que lhe deu a condição de quinta suplente da coligação. Estudante de Engenharia de Alimentos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gabriela Markus não tem qualquer experiência profissional na área de turismo, exceto as muitas viagens que fez na esteira da própria beleza.
Durante o horário eleitoral gratuito, a nova secretária-adjunta se apresentava ao eleitorado gaúcho como “Gabriela Miss Brasil” e defendia maior participação das mulheres no Legislativo, renovação na política e melhorias no transporte público.
Gabriela explicou que na eleição usou o nome do concurso para resgatar a lembrança dos eleitores, mas alega que seu desejo é se “distanciar” do título. Independentemente do que diz a ex-miss e agora secretária-adjunta, ela invariavelmente será relacionada ao título.
“As pessoas ficam surpresas com [o fato de] uma miss optar pela política. Muitos acabam julgando de maneira errada. Eu poderia continuar como modelo ou investir na carreira de apresentadora, mas não é muito o meu perfil. Eu me sinto mais completa e realizada nesse caminho que eu escolhi”, disse ao jornal “Folha de S. Paulo”.
A ideia de se candidatar surgiu em um encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), um conhecido especialista em misses.
A beleza humana não faz mal a ninguém, pelo contrário, alegra os olhos, mas guindar a um cargo público alguém que entrou na política apenas pelos dotes naturais é no mínimo excesso de irresponsabilidade. Melhor seria se o governador José Ivo Sartori tivesse nomeado a ex-miss para um cargo no cerimonial do Palácio Piratini.
Não se trata de questionar a capacidade de Gabriela Markus de desenvolver um bom trabalho na Secretaria de Turismo, mas o Rio Grande do Sul, um dos mais importantes estados da federação, merece mais responsabilidade por parte dos governantes, principalmente depois de quadro anos da bisonha administração de Tarso Genro.