Túnel do terror – Há pouco mais de seis anos, quando o UCHO.INFO afirmou que a política econômica do governo do PT era equivocada e que mais adiante a conta não fecharia, os palacianos se limitaram a afirmar que os integrantes do site torciam contra o Brasil. Alegação rasteira, típica de quem sofre de incompetência e não tem o que falar. Não se trata de bola de cristal ou profecia do apocalipse, mas apenas de uma interpretação ampla e clara do futuro a partir de situações do presente. Naquele momento, em dezembro de 2008, o cenário, formado por medidas adotadas pelo governo, apontava na direção de uma catástrofe em curto prazo.
Embalado pelo populismo barato e criminoso, Luiz Inácio da Silva, o então presidente da República e agora lobista de empreiteira, apresentou Dilma Rousseff ao eleitorado nacional como a garantia de continuidade. Chamada por Lula de “gerentona”, Dilma cometeu, durante quatro anos, erros grosseiros na condução da política econômica, situação que piorou com a gastança do governo e a enxurrada de mentiras oficiais que tomou conta do País.
Reeleita e diante de uma crise econômica sem precedentes, Dilma apelou a profissionais do mercado financeiro para tentar reverter o caos. Por conta disso bateu à porta do Bradesco e, com o consentimento do presidente do Conselho de Administração do banco, acabou levando o experiente Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Apesar da sua conhecida competência e temida austeridade, Levy não é mágico e muito menos aprendiz de feiticeiro. Por isso, desde que começou a falar em nome da equipe econômica do governo, acena com o aumento de impostos.
Esqueletos no armário
Nesta teça-feira (13), questionado por jornalistas, Joaquim Levy afirmou, sem entra em detalhes, que haverá ajustes de impostos. Contudo, ele negou que os ajustes tributários representem um “saco de maldades”. Considerando que a carga tributária brasileira é uma das elevadas do planeta e que a contrapartida do governo está em entre as piores, aumento de impostos deve ser considerado uma tremenda covardia, porque não afirmar que se trata de um crime hediondo. Afinal, contribuintes morrem nas filas dos hospitais à espera de atendimento.
A estratégia anunciada pelo ministro da Fazenda é simples e conhecida de qualquer chefe de família no País: aumento de receitas e corte de despesas. Acontece que o anunciado aumento de alguns impostos poderá, na prática, ser nulo, uma vez que o consumo tem caído na esteira da queda da produção industrial.
O ministro afirmou que a tendência é analisar a situação de “pessoas que têm renda através de pequena empresa, que pagam 4%, 5% de imposto em vez de 27,5%” e que essa análise terá prioridade dentro de possíveis mudanças na cobrança do IR. “Primeiro teria que tratar desse egrégio”, afirmou Levy, que já dá mostras de que mais uma vez o contribuinte terá de pagar a conta da incompetência de um governo paralisado e corrupto.
Entrou areia
Também nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados pouco animadores sobre a produção industrial. Der acordo com o órgão, em novembro de 2014 a produção industrial recuou em sete das quatorze regiões pesquisadas. As maiores quedas foram registradas no Amazonas (-4,0%), Minas Gerais (-2,6%), São Paulo (-2,3%) e Santa Catarina (-1,9%). Na sequência, estão Ceará (-1,2%) e Rio Grande do Sul (-0,9%) e Goiás (-0,1%).
No contraponto, apresentaram índices positivos o desempenho industrial de estados como Pernambuco (5,3%), Rio de Janeiro (2,5%) e Espírito Santo (1,7%), Nordeste (1,0%), Paraná (0,9%), Pará (0,8%) e Bahia (0,6%).
Considerando todas as regiões que servem de base para o levantamento do IBGE, a atividade industrial brasileira encolheu 0,7% em novembro, na comparação com o mês anterior.
Na comparação com o mesmo mês de 2013, os dados de novembro do ano passado mostram que a indústria diminuiu suas atividades em 11 dos 15 locais pesquisados. Nessa base de comparação, a queda nacional, considerando todas as regiões, foi de 5,8%.
Os números divulgados pelo IBGE mostram que o UCHO.INFO acertou quando, em meados de 2005, alertou o governo para os primeiros passos de um perigoso processo de desindustrialização. Na ocasião, o Palácio do Planalto não deu importância ao alerta, pois a ordem era evitar que Lula fosse dragado pelo escândalo do Mensalão do PT.
De igual modo, os dados do órgão revelam que reverter a crise econômica que chacoalha o País em todos os seus quadrantes não será tão fácil e simples como tenta mostrar a equipe econômica do novo governo, que traz na bagagem as velharias de um quadriênio em que os velhacos se dedicaram à corrupção e à roubalheira. Como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.