Governador do RS aumenta o próprio salário, mas Corpo de Bombeiros não abre por falta de verba

joseivo_sartori_01Óleo de peroba – Governador do Rio Grande do Sul, o peemedebista José Ivo Sartori é o que se pode chamar de “mais do mesmo”. Afinal, na política nada acontece fora do eixo do óbvio, que nesse caso específico significa ir contra a lógica e a coerência, não sem antes atropelar os interesses do Estado, como um todo, e da população.

Ao ser empossado oficialmente no cargo de governador de um dos mais importantes estados da federação, Sartori suspendeu temporariamente os pagamentos por parte do Estado, sob a alegação de que o antecessor, o petista Tarso Genro, deixara os cofres gaúchos vazios. Para quem não conhece o universo político a decisão do governador foi bem recebida, até que Sartori cometesse uma irresponsabilidade.

O governador do Rio Grande do Sul aumentou o próprio salário, o do vice-governador, dos secretários estaduais, do Legislativo e do Judiciário. Ou seja, José Ivo Sartori embarcou naquele dito popular da “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Políticos ligados ao governador disseram que não aumentar os salários em nada ajudaria a resolver a grave situação financeira do Estado. Ou seja, Sartori não pensou em dar o exemplo. Passou a mão na caneta e assinou o aumento dos salários.

A decisão do governador gaúcho ganhou contornos de incoerência quando, nesta sexta-feira (16), uma unidade do Corpo de Bombeiros de Canoas, uma das mais importantes da região metropolitana de Porto Alegre, não abriu porque o inquilino do Palácio Piratini cortou a verba para o pagamento das horas extras dos integrantes da Brigada Militar. Em outras palavras, Sartori preferiu aumentar o próprio salário, mas não se preocupou com a segurança do povo gaúcho.

O viés ridículo da medida de José Ivo Sartori surge na esteira de outra decisão. O governador determinou que as viaturas policiais devem circular pelo Estado sem o ar condicionado ligado, mas com as janelas abertas, como forma de economizar combustível. O Rio Grande do Sul, como acontece nos últimos anos, enfrenta um calor que muitas vezes chega perto dos 40º C, mas Sartori quer que os policiais derretam debaixo de um sol subsaariano.

Se o objetivo do governador é economizar dinheiro público, que cancele o aumento do próprio salário e trabalhe no seu gabinete sem o ar condicionado ligado e com as janelas escancaradas. No caso de o calor tornar-se insuportável nas dependências do Piratini, que Sartori chame alguma ex-missa Brasil para abaná-lo. Até porque, o atual poderoso chefão da terra de chimangos e maragatos está disposto a brincar de governar. Depois de Tarso Genro, o peremptório, os gaúchos mereciam um governador “menos ruim”. Enfim…

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