Gleisi se destaca entre políticos beneficiados por doações de empresas da Lava-Jato

(Estadão)
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Olho do furacão – Os principais grupos empresariais do País, citados em investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal doaram conjuntamente pelo menos R$ 484,4 milhões a políticos e partidos nas eleições de 2014. A senadora petista paranaense Gleisi Hoffmann (PT), ex-ministra chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, aparece em destaque na lista. A situação de Gleisi é mais grave porque seu nome foi citado de forma incisiva nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef como beneficiária de R$ 1 milhão do esquema do Petrolão, em espécie, já em 2010.

Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC, Camargo Corrêa, Galvão, Engevix, Mendes Junior e Toyo Setal fizeram depósitos polpudos nas contas de políticos e partidos por meio de suas subsidiárias, empresas cujas ações são controladas pelas matrizes. No caso da Odebrecht e da Queiroz Galvão, o cálculo também levou em conta quantias repassadas por empresas cujos grupos têm participação de 30% a 54% nas controladas. O levantamento foi feito pelo jornal “O Globo”.

Lindbergh Farias (PT-RJ), que acabou em terceiro no páreo fluminense, recebeu R$ 2,8 milhões das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão e UTC. Outros candidatos que receberam altas quantias foram Gleisi Hoffmann (PT-PR), R$ 1,8 milhão; Benedito de Lira (PP-AL), R$ 1,7 milhão; o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), R$ 1,4 milhão; e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), R$ 1,1 milhão.

Maior doador das eleições de 2014, o grupo Odebrecht, por meio da holding e de várias controladas, doou pelo menos R$ 113 milhões. O grupo OAS desembolsou ao menos R$ 99,7 milhões; Andrade Gutierrez, R$ 97 milhões; Queiroz Galvão, R$ 74,3 milhões; UTC, R$ 52,7 milhões; Camargo Corrêa, R$ 19,8 milhões; Galvão Engenharia, R$ 14,6 milhões; Engevix, R$ 10 milhões; Toyo Setal, R$ 2,4 milhões; e Mendes Júnior, R$ 200 mil.

Levando-se em conta as doações a políticos que concorreram às eleições do ano passado, os partidos que mais receberam dinheiro desses grupos encrencados no escândalo do Petrolão foram: PT (R$ 123,5 milhões), PSDB (R$ 63,7 milhões), PMDB (R$ 58,6 milhões), PSB (R$ 29,8 milhões) e DEM (R$ 18,2 milhões).

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