Austrália condena pena de morte e ameaça retirar embaixador de Jacarta

julie_bishop_01Fazendo eco – A ministra australiana do Exterior, Julie Bishop, disse nesta segunda-feira (19) que apelou às autoridades da Indonésia “mais de 50 vezes” para frear a execução de dois australianos condenados à morte por tráfico de drogas. Bishop classificou a pena capital como “aberrante” e afirmou que, assim como fizeram Brasil e Holanda, a Austrália poderá convocar seu embaixador em Jacarta.

“O governo australiano é contra a pena de morte em todas as instâncias, essa tem sido uma posição consistente de todos os governos há muitos anos e, por isso, somos contra uma situação em que cidadãos do país estejam prestes a ser executados”, disse a ministra.

Os dois australianos, Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, 31, podem estar no próximo grupo de prisioneiros que encararão o pelotão de fuzilamento, assim como ocorreu com o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira e outros seis condenados, no final de semana. Os dois australianos foram condenados à pena de morte em 2006 por liderar um grupo capturado no ano anterior tentando contrabandear oito quilos de heroína até Bali.

Perguntada se a Austrália seguiria os passos de Brasil e Holanda, que retiraram seus embaixadores de Jacarta, caso a execução dos dois australianos seja efetuada, Bishop respondeu que esta hipótese não está descartada. “Eu não vou […] especular sobre o que aconteceria se o governo indonésio concretizar suas ameaças de executar australianos”, afirmou a ministra australiana ao esquivar-se de maiores comentários. No meio diplomático, a medida representa uma espécie de agravo ao país onde está o embaixador.

Austrália e Indonésia possuem uma longa história de tensões diplomáticas, com cooperações periódicas e complicadas em questões regionais que incluem tráfico de pessoas e inteligência. Em 2013, houve relatos de que Canberra espionou funcionários do alto escalão indonésio, incluindo a esposa do ex-presidente. (Com agências internacionais)

apoio_04