Reinações de Narizinho – Acusada de ter usado recursos não contabilizados do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, em sua campanha de 2010, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT), ex-ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, enfrenta problemas na Justiça Eleitoral, Isso porque a prestação de contas da campanha da senadora não convenceu os técnicos do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. O juiz relator do TRE-PR, Kennedy Josué Greca de Mattos, indeferiu pedido dos advogados da petista, que pleiteavam a ampliação do prazo para a prestação de contas retificadora.
Gleisi teve suas contas de campanha aprovadas pelo TRE paranaense, mas foi alvo de denúncia de prática de caixa dois por parte do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A acusação foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, outro delator da Operação Lava-Jato, que informou ao Ministério Público Federal ter repassado R$ 1 milhão do Petrolão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O ingresso desses recursos na campanha não foi informado ao TRE, o que constitui crime de caixa 2.
De todas as denúncias formuladas pelos principais delatores da Lava-Jato, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, sobre políticos envolvidos no esquema de corrupção que funcionava na Petrobras e foi investigado pela Polícia Federal, a que envolve Gleisi é a mais detalhada. Sabe-se que o dinheiro foi entregue em espécie em u shopping popular, no centro de Curitiba, em quatro parcelas. Apesar de negar oficialmente o recebimento dessa quantia, Gleisi orientou seus advogados para tentar retificar a prestação de contas junto ao TRE.
Mesmo negando, de forma insistente, ter sido beneficiada pela ciranda de corrupção que girava em algumas diretorias da Petrobras, Gleisi Hoffmann, por precaução, visitou, no final de 2014, alguns gabinetes do Senado Federal para evitar sua convocação pela CMI da Petrobras, que terminou em dezembro passado no rastro de enorme e mal cheirosa pizza, como de costume.
Sabem os leitores que a senadora petista é adepta de condutas típicas de regimes ditatoriais, como a censura à imprensa, mas desde que surgiu a informação de seu envolvimento no Petrolão a situação mudou. Gleisi, que sempre estava em evidência, acabou adotando postura minimalista, evitando excesso de aparições, em especial nos veículos midiáticos. O que confirma seu comportamento covarde e rasteiro.
Não faz muito tempo, Gleisi Hoffmann tentou aliciar jornalistas paranaenses para atacar o editor do UCHO.INFO, que há muito é alvo de perseguição por parte da senadora apenas porque abriu espaço para o escândalo do pedófilo da Casa Civil. Cada vez mais acuada diante dos efeitos colaterais do escândalo do Petrolão, Gleisi precisa dizer o que pretende fazer contra Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que acusaram de envolvimento no esquema. Lembrando que seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, conhece muito bem o doleiro da Lava-Jato.
Confira abaixo o indeferimento do TRE-PR ao pedido dos advogados da senadora
“PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 1661-73.2014.6.16.0000
I – Indefiro o pedido de dilação de prazo para a apresentação da prestação de contas retificadora, requerido a fl. 375. Isso porque, este benefício já foi concedido anteriormente a fl. 366, quando o prestador de contas foi informado por este julgador que tal requerimento era deferido de forma derradeira. Ademais, embora o requerente alegue erro no sistema de prestação de contas da justiça eleitoral, que estaria “fora do ar”, tal alegação não foi suficientemente comprovada pelo documento de fl. 377, que não é apto a identificar a data da sua emissão. Além disso, entre o dia intimação (18/12/2014) e o fim do prazo (7/1/2015) transcorreram-se mais de 20 dias, quando o candidato ou seu contador poderiam ter diligenciado para o cumprimento da obrigação legal.
II – Assim, ao Controle Interno para a emissão de Relatório Conclusivo;
III – Após, à Procuradoria Regional Eleitoral.
Curitiba, 13 de janeiro de 2015.”