Fechando o cerco – A polícia francesa realizou na manhã desta terça-feira (27) uma grande operação de combate ao terrorismo na cidade de Lunel, no sul do país. Cinco pessoas suspeitas de envolvimento com redes terroristas na Síria e no Iraque foram presas. De acordo com a imprensa local, um dos detidos seria irmão de um jovem que morreu combatendo na jihad.
Às 6 horas da manhã, no horário local, a polícia francesa entrou nas casas de suspeitos de ligação com o jihadismo e prendeu várias pessoas. A identidade dos detidos não foi revelada. Duas horas depois, as ruas de Lunel continuavam bloqueadas pelos carros de polícia, indicando que a operação prosseguia. De acordo com o noticiário, uma pessoa ficou ferida.
De Lunel, cidade de 26 mil habitantes, vinte jovens, entre 18 e 30 anos, partiram rumo à Síria para combater ao lado de grupos extremistas nos últimos meses. Seis deles morreram em território sírio.
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, promoveu coletiva de imprensa no final da manhã e elogiou o desmantelamento de um “grupo particularmente perigoso” e lembrou “a determinação do governo em neutralizar com aqueles que ameaçam a nossa liberdade”.
Cazeneuve destacou que, dentro da luta contra o terrorismo, 161 processos judiciais estão em andamento no país europeu. Os processos têm como lavo 547 cidadãos, dos quais 90 estão sendo interrogados e 64 estão presos.
Segundo o jornal Midi Libre, a ação estava prevista para ser realizada desde o início de janeiro, mas foi adiada devido aos atentados que deixaram 17 mortos em Paris no início deste mês. A autoria do atentado contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo foi reivindicada pela célula iemenita da Al Qaeda, também conhecida como Al Qaeda da Península Arábica.
Medidas antiterroristas
Na última semana, o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, apresentou uma série de medidas antiterroristas e informou que os serviços de inteligência do país devem monitorar cerca de 3 mil pessoas, 1.300 delas suspeitas de envolvimento direto com grupos jihadistas na Síria e no Iraque.
Enquanto as autoridades europeias se movimentam para combater o terrorismo e identificar possíveis agentes de grupos extremistas, o Estado Islâmico cobrou dos “irmãos” jihadistas a realização de mais atentados terroristas no Ocidente. De acordo com comunicado do EI divulgado na rede mundial de computadores, os muçulmanos que não atenderem a esse pedido serão considerados traidores. (Com RFI)