Firme como geleia – Quando o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, anunciou recentemente uma série de medidas para recuperar a economia nacional, integrantes da equipe econômica do governo alegaram que o pacote de maldades recuperaria a confiança dos investidores (nacionais e internacionais). Entre as decisões, a diminuição de despesas e uma arrecadação extra de R$ 20 bilhões chamaram a atenção. Na sequência, Levy foi a Davos (Suíça), onde participou do Fórum Econômico Mundial e tentou demonstrar aos participantes do encontro a retomada da credibilidade da economia verde-loura.
Como diz a sabedoria popular, alegria de pobre dura pouco. Foi o que aconteceu com o pacote de maldades de Levy, que por pressão das centrais sindicais sofrerá mudanças. Pelo menos é isso que sinalizou a presidente Dilma Vana Rousseff durante o discurso de abertura da primeira reunião ministerial do novo governo, ocorrida na quarta-feira (27), na Granja do Torto.
Antes do palavrório visguento da presidente da República, que mais uma vez tentou vender à opinião pública uma realidade que inexiste no país, integrantes do governo já analisavam a possibilidade de ceder à pressão das centrais sindicais, revendo as anunciadas mudanças nos benefícios trabalhistas. Como a pressão exigirá que o Palácio do Planalto reveja as novas regras trabalhistas, a expectativa é que o governo terá de abrir mão de pelo menos R$ 9 bilhões.
Considerando que a presidente Dilma, ao endossar o plano do ministro Joaquim Levy e de demais integrantes da equipe econômica, concordou em cumprir a meta de superávit fiscal de 2015, fixada em 1,2% do PIB, o que representa R$ 66,3 bilhões, alguma nova garfada no bolso do contribuinte deve surgir mais adiante.
A ideia inicial de Joaquim Levy, destilada antes de assumir oficialmente o Ministério da Fazenda, deixou claro que o governo aumentaria a cobrança de impostos como forma de engordar os cofres federais, sem comprometer os programas sociais já em andamento, como o “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo. O que o governo petista de Dilma Rousseff quer é desvestir um santo para vestir outro, o que não deve dar certo por causa da crise econômica que só cresce.
No balanço geral, depois dos recuos do governo, o que se pode concluir é que a situação da economia brasileira em relação à confiança dos investidores ficou na mesma, no máximo andou de lado. É impossível imaginar que alguém investirá em um país cujo governo ora fala uma coisa, ora fala outra. Sem contar que cede à pressão de setores da sociedade com a mesma facilidade que as nuvens mudam no céu.
Quando o UCHO.INFO afirma que para consertar os estragos na economia patrocinados pelo PT, ao longo de doze anos, serão necessários esforços contínuos dos brasileiros de bem durante pelo menos cinco décadas, os palacianos torcem o nariz e parte para os costumeiros ataques, como se a realidade dos fatos pudesse ser varrida para debaixo do tapete. O que não se pode aceitar a declaração ufanista de que Joaquim Levy e a sua turma resolverão a crise que aí está em apenas dois anos. Só mesmo um tolo para acreditar em uma declaração fantasiosa como essa.