Justiça da Espanha indicia dez padres por abuso sexual e pedofilia

crucifixo_02Banco dos réus – Um juiz espanhol indiciou dez padres e outros dois religiosos laicos por envolvimento em suposto caso de pedofilia, informou nesta quarta-feira (28) uma fonte judicial à agência de notícias AFP. A denúncia chegou ao papa Francisco, que estimulou a vítima a levar o caso adiante para investigação.

O escândalo de pedofilia foi revelado em novembro do ano passado. depois que um jovem, atualmente com 25 anos, enviou ao papa uma carta em que denunciava ter sofrido abuso sexual por religiosos em Granada, no sul da Espanha.

De acordo com documento que traz um resumo do caso, os doze acusados serão processados por autoria ou cumplicidade nos abusos sexuais cometidos contra um menor entre 2004 e 2007. Diante do número de envolvidos, trata-se do mais grave escândalo de pedofilia que atinge a Igreja Católica espanhola.

Abusos

A vítima é um jovem que diz fazer parte da Opus Dei, corrente radical da Igreja Católica que domina o poder no Vaticano. Ele disse que quando tinha entre 14 e 17 anos foi abusado sexualmente por vários religiosos, autores ou cúmplices dos atos, que se reuniam em um condomínio com piscina em Granada. Ele foi atraído pelo padre da paróquia que frequentava como coroinha.

O jovem disse ao juiz que o líder religioso manipulava sua fé fazendo promessas a ele de um futuro brilhante como padre e culpando-o quando se recusava a participar dos atos sexuais.

O papa Francisco expressou no dia 25 de novembro “sua dor profunda” depois de tomar conhecimento do envolvimento de padres espanhois com casos de abusos sexuais. O Sumo Pontífice contou ter sido alertado pela vítima por carta.

O papa disse ter orientado o jovem a procurar o bispo local. “Eu escrevi ao bispo para pedir que ele lançasse uma investigação e apurasse os fatos”, declarou. “É uma dor muito grande, mas a verdade é a verdade e não podemos escondê-la”, afirmou Francisco.

Depois de assumir a liderança da Igreja Católica, em março de 2013, o papa Francisco estipulou uma tolerância zero com a pedofilia. (Com RFI)

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