Petrolão: Cássio Cunha Lima apresentará requerimento de convocação do ministro da Justiça

(Ueslei Marcelino - Reuters)
(Ueslei Marcelino – Reuters)
Alça de mira – Após a revelação de que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, manteve reuniões com advogados de empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse em plenário, nesta quarta (18), que apresentará à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), assim que essa for constituída e instalada, requerimento de convocação ao ministro.

O tucano quer que Cardozo preste esclarecimentos sobre sua agenda e explique as inúmeras versões contraditórias apresentadas até agora. Para Cássio, em uma República não podem existir segredos e a atuação de Cardozo é “absolutamente incompatível” com o exercício do cargo de ministro da Justiça.

“Se nada havia a esconder, por que o ministro negou a realização do encontro? Por que, numa segunda versão, ele disse que foi apenas um encontro fortuito e casual? Para que, aí sim numa terceira e definitiva versão, o ministro reconheça a existência da audiência, e justifique como uma ‘falha do sistema’ o fato dela não ter sido tornada pública?”

Cássio reforçou ainda que a oposição não será intimidada pelo governo. “Defender o Brasil é não permitir que ele continue sendo roubado, espoliado por um projeto de poder que aparelhou o estado brasileiro e que montou uma verdadeira máquina de corrupção para se perpetuar no poder”.

Além de Cardozo ser ouvido na CCJ, o líder tucano também elencou outras providências que serão tomadas: convocar o ministro na CPMI da Petrobras assim que for constituída e instalada e sugerir ao líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), que convoque o gestor na CPI que será instalada naquela Casa já nos próximos dias.

Encontro

O encontro do ministro com três advogados da Odebrecht ocorreu no último dia 5 de fevereiro. De acordo com a revista Veja, Cardozo estaria à frente de uma articulação para acalmar empreiteiros acusados de participação no esquema de corrupção da Petrobras, porque muitos ameaçam apontar o dedo na direção de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, caso não sejam socorridos.

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