Grécia chega a acordo sobre prorrogação de resgate e ganha mais quatro meses

(Y. Herman - Reuters)
(Y. Herman – Reuters)
Cachimbo da paz – Após semanas de tensas negociações, que elevaram o temor de que a zona do euro poderia pela primeira vez perder um membro, o governo grego conseguiu, nesta sexta-feira (20), chegar a um acordo com os ministros das Finanças europeus para estender o programa de resgate financeiro.

O programa de resgate, que expiraria no próximo dia 28, será estendido por quatro meses. Contudo, a ajuda terá de ser acompanhada de novas reformas, que terão de ser detalhadas por Atenas aos credores até a próxima segunda-feira (23).

O acordo desta sexta-feira deve firmar as bases para o diálogo entre a Grécia e a troika – como é chamado o trio de credores formado por Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia.

O bom termo da negociação abrirá caminho para que a Grécia receba os 240 bilhões de euros que necessita para evitar a falência estatal. Com a proximidade do fim do atual programa de resgate financeiro, o premiê grego, Alexis Tsipras, precisa garantir fontes de financiamento para dar fôlego à economia do país.

Independentemente do fantasma da falência do Estado, a Grécia convive com elevado índice de desemprego, situação que compromete sobremaneira a arrecadação tributária e por consequência a capacidade do governo de honrar seus compromissos.

Seguindo a cartilha do esquerdismo populista, Tsipras flana no discurso do “nós contra eles”, cujo prazo de validade é absolutamente curto. O novo premiê grego carrega todos os ingredientes para se transformar em uma réplica do “Cavalo de Troia”, uma vez que fanfarrice política da esquerda não funcionou em nenhum lugar do planeta até então.

Apoio da população e erro estratégico

Quase um mês depois da eleição que levou o partido radical de esquerda Syriza ao poder, muitos gregos estão satisfeitos com o rumo adotado pelo novo governo, comandado por Alexis Tsipras. Mesmo quem não votou na legenda elogia a postura de não se curvar à tão odiada “troika” e, em vez disso, negociar de cabeça erguida.

Em recente pesquisa de opinião, 80% dos consultados acham que Tsipras faz um bom trabalho, enquanto que 58% opinam que ele está negociando da maneira correta com os credores. Se as eleições fossem hoje, Tsipras alcançaria 45% dos votos, bem mais que os 36% que ele teve no fim de janeiro.

Se por um lado apoiam o governo populista de Tispras, os gregos nos últimos dias correram aos bancos para sacar dinheiro, temendo um impasse nas negociações com o Eurogrupo. Estivesse confiante no atual primeiro-ministro, a população da Grécia não teria saído em busca de dinheiro em espécie.

O prazo de quatro meses dado ao governo de Atenas é muito exíguo para uma economia cambaleante e que errou na esteira da irresponsabilidade ao ingressar na União Europeia.

Desde o advento do Tratado de Maastricht, em 7 de fevereiro de 1992, o editor do UCHO.INFO afirma que somente economias absolutamente sólidas têm condições de ingressar em um bloco como a UE. E esse jamais foi o caso da Grécia, que subiu a escadaria do patíbulo ao aceitar as regras da União Europeia, que para aceitar um novo país-membro nivela por cima a realidade econômica. (Com agências internacionais)

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