Sem novidade – O governo de Kiev acusou a Rússia de enviar equipamento militar às tropas separatistas na cidade de Novoazovsk, na costa sul da Ucrânia. “Nos últimos dias, apesar do acordo de Minsk, equipamento militar e munição foram vistas atravessando a fronteira”, declarou o porta-voz das Forças Armadas ucranianas, Andriz Lysenko, nesta sexta-feira (20). Ele afirmou que mais de vinte tanques de guerra e dez sistemas de mísseis, além de ônibus carregados de soldados, entraram no país.
O Kremlin não respondeu às acusações, mas sabe-se que o presidente Vladimir Putin usa o conflito para camuflar a grave crise econômica que sacode a Rússia. Se a ação for confirmada, isso pode significar o fim definitivo do já fracassado cessar-fogo assinado em Minsk no dia 12 de fevereiro. Moscou negou acusações parecidas no passado.
Em poder dos rebeldes, a cidade de Novoazovsk está localizada a 40 quilômetros da cidade portuária de Mariupol, um ponto estratégico sob controle do governo ucraniano e disputado pelos separatistas.
Troca de prisioneiros
Os rebeldes afirmaram que vão iniciar uma troca de prisioneiros de guerra. A encarregada dos direitos humanos do governo separatista, Daria Morozova, disse que as primeiras trocas devem ocorrer já neste sábado. A medida foi acordada entre as duas partes durante a elaboração do acordo de Minsk, mediado pelos líderes da Alemanha e da França.
Kiev denunciou que treze soldados foram mortos durante a retirada das tropas ucranianas da cidade de Debaltsevo, onde os combates continuaram após o início do cessar-fogo até a rendição das forças ucranianas. Outros 110 militares foram capturados pelos separatistas e 31 estão desaparecidos.
Após assumir o controle da cidade, os rebeldes afirmam ter encontrado 57 corpos de soldados mortos e grande quantidade de armamentos abandonados no local, incluindo 28 tanques. Os separatistas afirmam terem feito centenas de prisioneiros.
Preocupação na ONU
O porta-voz Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Rupert Colville, afirmou em Genebra que a entidade está “profundamente preocupada com o destino dos civis e dos capturados e feridos” em Debaltsevo, e expressou temores quanto ao reinício das hostilidades em Donetsk e Mariupol.
Colville disse que uma estimativa “moderada” da ONU aponta para 5,692 mortos no conflito iniciado em abril de 2014. Mas o número verdadeiro “pode ser bem maior”, complementou. (Com agências internacionais)