Polêmico, Paulo Maluf enfrenta momentos melancólicos na reta final de sua carreira política

paulo_maluf_14Hora da colheita – Vivendo os derradeiros capítulos de uma trajetória política conturbada, marcada por escândalos de corrupção, declarações absurdas e ligações íntimas com a ditadura militar, o deputado federal reeleito Paulo Salim Maluf enfrenta momentos melancólicos.

Desde que entrou na mira do agora aposentado promotor de Nova York, Robert Morgenthau, que investigou os escândalos de corrupção protagonizados pelo ex-prefeito da capital paulista, Maluf não mais recobrou o viço político do passado, quando uma legião de eleitores o apoiava de forma míope e nada inteligente. E de lá para cá tem vivido como uma estrela cadente da política nacional.

Recentemente, Paulo Maluf retomou a presidência estadual do Partido Progressista depois de decisão da Justiça paulista, após dura queda de braço com um grupo político liderado por Aline Corrêa (filha do ex-deputado Pedro Corrêa, condenado no Mensalão do PT) e Guilherme Mussi.

A briga pelo comando estadual do Partido Progressista acabou em Brasília, onde o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), decidiu afastar Maluf do comando do diretório paulista do partido. O ex-prefeito de São Paulo recorreu novamente à Justiça, mas acabou derrotado em reunião da executiva nacional do PP, na terça-feira (24), que por 63 votos a favor e 4 contra manteve a decisão de Ciro Nogueira de afastar Maluf da presidência do partido em São Paulo. Ou seja, além do próprio voto, Maluf teve apenas mais três pelo seu retorno ao comando do PP paulista.

Esse cenário de derrota mostra de forma inequívoca que Paulo Maluf não tem mais espaço dentro do Partido Progressista. Assessores do próprio Maluf perguntam aos mais próximos qual saída o parlamentar deveria adotar, mas a única que lhe resta, segundo um leitor do UCHO.INFO que conhece bem o ex-prefeito e ex-governador, é tentar migrar para o PHS, partido que participou da corrida ao Palácio dos Bandeirantes, em 2014, com o vereador Laércio Benko.

Para quem não se recorda ou desconhece a política da terra dos bandeirantes, Benko é ligado a Reynaldo de Barros Filho, conhecido como Reynaldinho, cujo pai foi um dos próceres da Arena e do PDS (nascedouros do atual PP). Laércio Benko, que já advogou para Reynaldo Filho, esteve nos bastidores da operação que flagrou o então vereador Armando Mellão tentando extorquir dinheiro de seu cliente. Preso pela Polícia Federal, Mellão alegou ter sido vítima de uma armação. Resumindo, com tanta confusão Paulo Maluf não teria dificuldades para sentir-se em casa caso deixasse o PP.

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