Acordo com caminhoneiros é mais uma farsa do governo reverberada pela grande imprensa

caminhoneiros_03Conversa fiada – Quem acompanhou, na noite de quarta-feira (25), as notícias do “Jornal da Globo”, noticioso da emissora homônima, foi dormir tranquilo e conseguiu sonhar com o fim da greve dos caminhoneiros, que paralisa boa parte das rodovias ferais em todo o País, principalmente em estados do Sul e do Centro-Oeste. A falta de responsabilidade do jornalismo da Rede Globo induziu o brasileiro a erro, apenas porque os profissionais da emissora da família Marinho creem que as boas relações com as autoridades são suficientes para embasar uma notícia.

Líder de audiência ao longo de décadas, a Globo insiste em fazer jornalismo na base do conchavo e do estalar de dedos, como se a obrigação de informar fosse uma brincadeira de fundo de quintal. Vale frisar que o anunciado acordo entre o desgoverno petista de Dilma Vana Rousseff e os supostos representantes dos caminhoneiros é uma balela, pois dezenas de pontos de bloqueio permanecem em várias rodovias de pelo menos cinco importantes estados da federação: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além de outros quatro estados onde a paralisação das rodovias continua: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Como antecipou o UCHO.INFO na madrugada de em matérias publicadas na terça e quarta-feira (24 e 25), os caminhoneiros estão dispostos a resistir, mesmo diante das decisões judiciais que determinam a imediata liberação das rodovias e a aplicação de multa por cada hora de interrupção do tráfego de veículos. Sem saber como lidar com o problema, o governo criou mais uma enorme farsa para vender à parcela incauta da opinião pública, que no caso em questão é enorme.

Os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) entendem tanto de caminhão quanto o editor do site entende de foguete. Ou seja, nada, absolutamente nada. Rodrigues é um ministro acidental e só aterrissou na pasta dos Transportes por ter se comportado com obediência como suplente da senadora Marta Suplicy (PT-SP), enquanto a petista ocupava o Ministério da Cultura. Sem contar que Rodrigues cumpre de forma cartesiana as ordens dadas pelo mensaleiro condenado Valdemar Costa Neto, o Boy, verdadeiro dono do Partido da República, o PR.

No caso de Rossetto a situação não é diferente. Ex-sindicalista, como nove entre dez integrantes da cúpula do partido, Miguel Rossetto está na Secretaria-Geral da Presidência apenas porque é pessoa de confiança da “companheira” Dilma.

Ex-vice-governador do Rio Grande do Sul na gestão do camarada Olívio Dutra (1999-2003), Rossetto usou sua intimidade com o universo sindical para erguer a farsa palaciana. Chamou algumas lideranças dos caminhoneiros a Brasília, as quais assinaram um acordo que pouco resultado produziu. Mesmo assim, a grande imprensa nacional noticiou o fim da paralisação dos brasileiros que cortam o País em todos os seus quadrantes sobre rodas, levando aos pontos mais extremos a garantia de uma economia que poderia ser pujante, mas não é. No jornalismo esse tropeço é conhecido como “barriga”.

Usina de incompetência

O governo da petista Dilma Rousseff é tão incompetente, que malogros fazem parte do cotidiano do Palácio do Planalto, a ponto de os membros do staff presidencial não mais se importarem com a sequência de fiascos. Desconhecem os palacianos que a extensa maioria de caminhoneiros do País são autônomos, portanto não foram devidamente representados na reunião que culminou com um acordo pífio e mentiroso, que servirá para o governo, mais adiante, colocar a culpa nos próprios profissionais da estradas. Tanto é assim, que o líder do movimento dos caminhoneiros foi proibido de participar da reunião, assim como foi mal recebido por Miguel Rossetto. O que prova a farsa oficial com chancela estelar do PT.

Responsáveis pelo transporte das mercadorias consumidas em cada cidade brasileira, os caminhoneiros há muito convivem com o prejuízo constante. Reféns da ganância dos produtores e dos empresários do transporte, enfrentam agruras financeiras das mais variadas, as quais aumentaram com o incremento de uma crise econômica que o governo não mais consegue esconder. Em outras palavras, os caminhoneiros pagam para trabalhar ou, na melhor das hipóteses, trocam seis por meia dúzia. Dessa maneira ninguém consegue sobreviver.

Entre as promessas feitas pelo governo para tentar acabar com o movimento, a redução do preço do óleo diesel ficou à beira do caminho. Alegou o secretário-geral da Presidência que a Petrobras não tem condições de baixar o preço do diesel, mas comprometeu-se a não aumentá-lo nos próximos seis meses. A onda de mitomania que chacoalha o Palácio do Planalto chega a assustar. A explicação está no parágrafo seguinte.

Mentiras e enrolação

Logo após Lula, o malandro lobista de empreiteira, incentivar a compra de carros novos como forma de enfrentar os efeitos colaterais da crise internacional, o que fez crescer rápida e assustadoramente a frota nacional de veículos, a Petrobras, a mando do governo, passou a importar gasolina para atender à demanda interna, vendendo o produto por preço subsidiado para não impactar a inflação.

No caso do diesel, essa ordem do governo não acontece porque Dilma teme que surja, na sequência, uma onda de pressão popular cobrando reduções semelhantes. Mesmo assim, os inquilinos do Planalto não conseguem alcançar o benefício que representaria atender às reivindicações dos caminhoneiros. No mínimo os preços de milhares de produtos não sofreriam aumento ou até mesmo seriam reduzidos. Mas esse esforço do raciocínio é um exercício descomunal para o governo de incompetentes que ai está.

Para finalizar, vale destacar que pelo menos duas coisas são certas nesse maremoto de desinformações: o movimento de paralisação dos caminhoneiros não acabou como noticiou a imprensa e o governo do PT produziu mais uma farsa. Apenas a título de informação, os caminhoneiros estão dispostos a dar uma lição no governo de Dilma Rousseff, estendendo o bloqueio das estradas federais até aproxima segunda-feira (2). Pode parecer pouco, mas a cada hora o caos aumenta e boa parte do País. E Dilma, como sempre, impávida, colossal, prepotente e inconsequente.

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