Número de cristãos raptados pelo “Estado Islâmico” sobe para 220

(Jodi Hilton)
(Jodi Hilton)
É preciso agir – Após três dias de ofensivas no nordeste da Síria, militantes do grupo terrorista “Estado Islâmico” tomaram dez vilarejos e sequestraram pelo menos 220 cristãos assírios, informou nesta quinta-feira (26) o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Boa parte dos reféns são mulheres, crianças e idosos.

Os sequestros ocorreram em áreas ocupadas pela minoria cristã, próximas à cidade de Hasaka, controlada pelos curdos. Com a invasão jihadista, mais de mil famílias fugiram para cidades maiores vizinhas, segundo a Rede Assíria de Direitos Humanos, baseada na Suécia. Atualmente, mais de 5 mil pessoas estão desalojadas.

Osama Edward, diretor da rede, acredita que os sequestros estejam relacionados às recentes perdas de território dos jihadistas na região, como resultado dos ataques aéreos realizados pelas forças aliadas contra o EI. “Eles pegaram reféns para usá-los como escudos humanos”, afirmou Edward à agência de notícias France Press.

Os Estados Unidos e as Nações Unidas condenaram o rapto em massa – o primeiro do tipo no país devastado pela guerra – e exige que os reféns sejam soltos. “O último ataque do EI à minoria religiosa é mais uma mostra de seu tratamento brutal e desumano a todos aqueles que discordam de suas metas desagregadoras e de suas crenças nocivas”, afirmou a porta-voz do Departamento americano de Estado, Jen Psaki.

Em nota, o governo brasileiro também condenou os ataques, reiterando “total repúdio a quaisquer atos terroristas ou de violência, em especial àqueles direcionados a pacíficas populações civis”, afirmou o Itamaraty.

Até agora, o EI não reivindicou os sequestros. Mas o grupo terrorista tem no histórico centenas de mortes de minorias religiosas e de sunitas que não juraram lealdade ao autoproclamado “califado”. Há dez dias, eles divulgaram um vídeo no qual 21 cristãos coptas egípcios são decapitados.

“Negociações estão sendo realizadas através de mediadores de tribos árabes e membros da comunidade assíria a fim de assegurar a libertação dos reféns”, afirmou o Observatório Sírio, sediado em Londres, que acompanha o conflito no país por meio de informantes em todos os lados da zona de conflito. (Com agências internacionais)

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