Gleisi Hoffmann boicota criação da CPI da Petrobras, mas torce pela “bolsa companheiro”

gleisi_hoffmann_81Dois lados – A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT) e o senador Roberto Requião (PMDB), ambos do Paraná, não assinaram o pedido de criação da CPI da Petrobras, apesar de das muitas evidências de fraude e ladroagem na estatal que surgem a cada novo dia. Em contrapartida, Gleisi e Requião não balbuciaram uma só palavra para criticar o novo pacote de benefícios aprovados pelos deputados que, entre outras bizarrices, institui uma espécie de “bolsa companheiro” para os cônjuges dos parlamentares voarem até a capital dos brasileiros.

A postura dos dois senadores paranaenses é relativamente fácil de entender pela ótica torta e fisiológica do Parlamento nacional. Requião é, apesar do raivoso discurso esquerdista, um conhecido apreciador das mordomias, desde que financiadas pelo suado dinheiro do contribuinte. Nos últimos anos, Requião conquistou seguidas vezes o primeiro lugar entre os senadores que mais viajam para o exterior à custa do contribuinte.

Já Gleisi Hoffmann, que também não dispensa qualquer mordomia – no tempo em que estava à frente da Casa Civil usava e abusava dos jatinhos da FAB –, gostaria de ver aprovado no Senado, o quanto antes, a “bolsa companheiro”, que dá direito ao cônjuge do parlamentar ter uma cota de passagens para viajar do estado de origem até Brasília. Em alguns casos, porque não dizer que são muitos, o melhor para a manutenção das sagradas famílias é que os cônjuges não confiram in loco a festa que sempre acontece em Brasília, de segundas às quintas-feiras, fazendo inveja a Sodoma e Gomorra.

A tal cota aérea para os cônjuges vem a calhar para Gleisi, pois seu marido, Paulo Bernardo da Silva, após nove anos como ministro do Planejamento (Lula – 2005-2010) e das Comunicações (Dilma – 2011-2014) se viu desempregado e não conseguiu sequer uma boca rica devido ao envolvimento tóxico no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade. Paulo Bernardo não alcançou a sonhada presidência da binacional Itaipu e nem mesmo uma vaga em algum conselho de estatal.

Coube a Paulo Bernardo, segundo depoimentos à PF, pedir ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, R$ 1 milhão para a campanha da mulher ao Senado, em 2010. Costa recorreu ao doleiro Alberto Youssef, que entregou o recurso a quem de direito, em dinheiro vivo, em um shopping popular localizado na região central de Curitiba. O envolvimento de Paulo Bernardo e Gleisi no episódio foi confirmado pelo doleiro e pelo ex-diretor da estatal em depoimento à Justiça, na esteira de acordos de delação premiada, todos devidamente referendados pelo Supremo Tribunal Federal.

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