Deu chabú – Aproximadamente 500 manifestantes vestidos de preto entraram em confronto com a polícia em Atenas, na quinta-feira (26), para contestar o acordo alcançado entre a Grécia e os credores internacionais. De acordo com a polícia grega, os manifestantes quebraram vitrines, lançaram bombas de combustível e queimaram carros, após a primeira passeata contra o recém-eleito governo de Alexis Tsipras.
“Cerca de 500 pessoas se manifestaram na capital, e as fachadas de algumas lojas foram quebradas”, disse um porta-voz da polícia de Atenas. O protesto, convocado por um pequeno partido anticapitalista, é o primeiro organizado para contestar o acordo que o novo governo grego, liderado pelo partido de extrema esquerda Syriza, negociou com os parceiros europeus em Bruxelas.
O acordo provocou discordância dentro do próprio partido de Tsipras e levou a acusações por parte da extrema esquerda. Segundo a ala mais radical do partido, o governo recuou em suas promessas de campanha, que incluíam a suspensão do programa de resgate de 240 bilhões de euros e o encerramento da política de austeridade que contribuiu para o aumento do desemprego.
Após duras negociações, os ministros das Finanças da zona euro aceitaram na última terça-feira (24) um plano de reformas apresentado pelo governo grego. Como contrapartida, o programa, que terminava no sábado (28), foi estendido até junho. A prorrogação do plano de resgate, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelos parlamentos de alguns Estados-membros da UE, como, por exemplo, o da Alemanha, que já referendou a proposta nesta sexta-feira.
A opinião do site
Que as promessas de campanha de Alexis Tsipras não seriam cumpridas muitos já sabiam, mas os eleitores gregos preferiram ser enganados a encarar a realidade do mais endividado país da União Europeia. No momento em que a Grécia ingressou na EU, seus governantes sabiam do risco do negócio, mas contaram com o apoio da população para avançar rumo ao bloco econômico europeu que nasceu a partir do Tratado de Maastricht, em 7 de fevereiro de 1992.
Na ocasião, o editor do UCHO.INFO alertou para o perigo que representaria agregar ao bloco países com culturas econômicas distintas, principalmente porque o alinhamento seria por cima, obrigando algumas nações a assumiram um passivo muito maior do que o real.
Pouco mais de duas décadas depois do Tratado de Maastricht os alertas do editor se fazem verdadeiros, não sem antes neutralizar seus críticos, Não se trata de bola de cristal ou profecia do apocalipse, mas de usar o raciocínio de forma lógica e responsável. Só mesmo um tresloucado seria capaz de acreditar que seria fácil manter em cima por muito tempo que sempre esteve embaixo. (Com agências internacionais)