Dólar opera em alta, passa de R$ 2,90 e reforça a preocupante crise econômica brasileira

dolar_35Subindo a ladeira – O dólar comercial abriu os negócios desta terça-feira (2) próximo de R$ 2,90, depois de no dia anterior fechar no maior patamar desde 15 de setembro de 2004 (R$ 2,903) – na segunda-feira a moeda norte-americana foi vendida a R$ 2,895, com alta de 1,37%. O aumento anulou a desvalorização de 1% da última sexta-feira (27) e fez o valor da moeda superar a cotação da quinta-feira (26), quando atingiu R$ 2,885. Contudo, às 11h21 desta terça, o dólar era vendido a R$ 2,9135, com alta de 0,64%

A valorização da moeda ianque acompanha o movimento do mercado internacional, mas simultaneamente reflete a preocupação dos investidores em relação aos fundamentos que ora emolduram a economia brasileira. Além disso, o mercado tenta descobrir qual será a postura do Banco Central diante de um movimento de alta da moeda norte-americana, cenário que afeta diretamente o plano do governo de combate à inflação oficial.

Os investidores têm demonstrado interesse cada vez menor por ativos brasileiros, situação que reflete a preocupação do mercado em relação ao comportamento da inflação oficial em 2015, que de acordo com os especialistas deve fechar o ano acima de 7%, ou seja, além do teto (6,5%) do plano de metas estabelecido pelo governo.

Complicando ainda mais o quadro, cresce a preocupação dos economistas com a anunciada retração da economia neste ano, apesar da chance de sucesso que recobre o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda.

No caso do dólar, a pressão sobre a moeda norte-americana se justifica também pelos rumores de uma possível ruídos sobre a intervenção do BC no mercado de câmbio. A instituição vem dando sinais de que pode rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) que vencem em 1º de abril, o que equivale a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o Banco Central fez rolagens integrais.

Na opinião dos especialistas do mercado financeiro, quando o mês de abril se apresentar com maior clareza no horizonte, os investidores certamente pressionarão ainda mais o Banco Central para que defina sua posição em relação ao futuro do programa de ofertas diárias de dólar.

Considerando que até recentemente o governo petista de Dilma Rousseff tinha no dólar uma ferramenta para conter a alta da inflação, dificilmente o Banco Central abandonará tão cedo as intervenções diárias no mercado de câmbio. Afinal, a demanda interna ainda é alta e as importações servem para evitar um cenário ainda pior.

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