Palácio de Versailles, em Paris, já proíbe “pau de selfie”, a febre do momento

(Charles Platiau - Reuters)
(Charles Platiau – Reuters)
Matando a cobra – O acessório usado por milhares de turistas foi banido do interior do Palácio de Versalhes, em Paris, para preservar obras e proteger outros visitantes. A medida, inédita em um monumento na França, ainda não foi adotada oficialmente pelo Conselho de Administração, mas, na prática, entrou em vigor. O “pau de selfie” já é proibido em museus nos Estados Unidos e na Austrália.

Em um primeiro momento, o Palácio de Versalhes desaconselhou o uso do “pau de selfie” durante a visita de turistas alegando que o acesso aos locais de visitação são estreitos e muitas obras não estão protegidas por vitrines. Mas o serviço de Comunicação do Palácio confirmou que os agentes de segurança já impedem o uso do instrumento no interior do monumento, como a famosa Galeria dos Espelhos.

A decisão oficial deverá ser anunciada depois de uma reunião do Conselho de Administração da instituição. À espera de uma mudança nas regras, o Palácio espalhou placas orientando os visitantes a não usar o acessório.

O Centro Georges Pompidou, que abriga o Museu de Arte Moderna da cidade de Paris, avalia se proíbe ou não o acessório e o Museu do Louvre, o mais visitado do país, observa o respeito a uma “carta de boa conduta”. De qualquer forma, o uso do mais novo instrumento dos “selfistas” não agrada os responsáveis pelos principais museus e monumentos históricos e artísticos franceses.

Barato, o bastão de até um metro e meio, que permite um melhor enquadramento do autor da foto com seu smartphone, está fazendo um grande sucesso e foi uma das grandes atrações do CES de Las Vegas, um dos principais salões de objetos eletrônicos do mundo.

Turista da Malásia visitante do Louvre, Ezad Asri disse à agência de notícias AFP que gosta de tirar fotos “para enviar para casa e mostrar para a família e amigos”. Mas o manuseio do acessório perto de obras de arte e de salas, às vezes lotadas, preocupa os seguranças e responsáveis de museus pelos riscos que representa.

Museus dos EUA e Austrália proibiram

Vários museus americanos como o MOMA, de Nova York, e o Smithsonian, instituição que reúne vários museus da capital americana, proíbiram o “pau de selfie”. Este último diz que a decisão foi tomada como uma “medida preventiva para proteger os visitantes e os objetos, particulamente em momentos de grande afluência”.

A proibição também foi adotada em diversos museus australianos, como o National Gallery, em Camberra.

Luís Felipe, um turista brasileiro ouvido pela AFP diz: “O ‘pau de selfie’ é uma boa ideia para fazer fotos, mas também é algo que pode prejudicar quando estamos em uma espaço como um museu”.

No Louvre, que é visitado por 70% dos turistas estrangeiros de passagem por Paris, o “pau de selfie” não é proibido, mas deve “respeitar as regras estabelecidas durante a visita”. No Centro Georges Pompidou, a tendência é para proibir o uso do acessório, mas a decisão ainda não foi adotada oficialmente

Durante muito tempo, a fotografia de obras de arte em museus franceses era proibida por questões de direitos autorais, mas a popularização dos “selfies” é vista agora como uma forma de publicidade gratuita para essas instituições.

A tendência levou o Ministério da Cultura a criar uma “carta de boa conduta” para os visitantes que gostam de registrar sua presença nos locais. Ela estipula que o turista deve ficar atento para “não danificar a integridade das obras” e “não incomodar os outros visitantes”.

A “carta de boa conduta” exige autorização para o uso extra de material fotográfico, mas não faz menção ao “pau de selfie”. (Com RFI)

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