Em meio à crise que chacoalha o País, dólar dispara na abertura do mercado e é vendido a R$ 3,13

dolar_56Rédea solta – A pergunta que não quer calar no Brasil qual é o limite da cotação do dólar, que a cada dia provoca uma nova e desagradável surpresa. Depois de um dia de incertezas políticas na segunda-feira (9), a moeda norte-americana abriu os negócios nesta terça-feira (10) sendo negociado a R$ 3,16, cenário que reflete o oceano de incertezas em relação ao futuro político do governo petista de Dilma Rousseff.

Pouco mais de uma hora e meia após a abertura do mercado de câmbio, o dólar voltou a ser negociado a R$ 3,1317 (11h36), mesma cotação de fechamento da segunda-feira. Mesmo assim, a divisa norte-americana já registra valorização de 19% somente em 2015. Um absurdo se considerado o fato de que o Brasil está mergulhado em grave crise econômica, algo que Dilma insiste em afirmar que é passageiro.

A expectativa do mercado financeiro nesta terça-feira é em relação ao resultado do encontro entre Dilma, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) e o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que há dias devolveu ao Palácio do Planalto a medida provisória que tratava do aumento das alíquotas de contribuição previdenciária sobre o faturamento das empresas, ferramenta de desoneração da folha de pagamento. Como aumentar impostos por medida provisória é inconstitucional, a Presidência da República foi obrigada a passar por esse vexame jurídico.

A ideia dos palacianos é reaproximar Calheiros do governo federal, cuja convivência azedou depois que seu nome apareceu na lista de políticos envolvidos no Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.

O mercado analisa que sem uma reaproximação, mesmo que acanhada no começo, o ajuste fiscal necessário para recolocar a economia brasileira no trilho do crescimento dificilmente terá apoio político para ser implementado. Tanto é assim, que Joaquim Levy implorou ao presidente do Senado para que não devolvesse a MP da desoneração da folha de pagamento. Mas sua tentativa foi em vão.

Ainda nesta quarta-feira, Dilma deverá apresentar uma nova proposta de reajuste da tabela do Imposto de Renda, que de acordo com projeto aprovado no Congresso, no final de 2014, deveria ser de 6,5%. Alegando impossibilidade por parte do governo federal de aceitar essa proposta, Dilma fixou em 4,5% o reajuste da tabela do Imposto de Renda, causando desconforto inclusive na base aliada, principalmente no PT.

Se Dilma decidir agradar os trabalhadores, aumento o índice de reajuste da tabela do IR, estará comprometendo o terreno para a implantação do projeto de ajuste fiscal do governo. Se a proposta a ser apresentada não for do agrado da classe trabalhadora, Dilma terá de enfrentar a pressão popular, que cresce a cada dia, assim como valoriza a moeda ianque. E para ambas as situações o céu é o limite.

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