Hora da verdade – Depois de negociações políticas ao longo da terça-feira (10), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional chegaram a um acordo para corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de forma escalonada – de 4,5% a 6,5%, dependendo da faixa de renda.
A decisão da presidente Dilma Vana Rousseff de recuar em relação ao tema se deve ao acirramento da crise político–institucional que se instalou no Palácio do Planalto, mas vale ressaltar que a medida não produzirá enormes benefícios financeiros aos contribuintes. Como explicou o UCHO.INFO em matéria publicada na edição de terça-feira (10), um trabalhador com renda mensal de R$ 5 mil fará uma economia de no máximo R$ 114,00 por ano.
Dinheiro não deve ser desprezado em momento algum, por menor que seja o valor, mas em um país onde uma melancia custa R$ 25 não merece crédito a decisão da presidente da República, que continua à margem da realidade do cotidiano enfrentado pelos reles mortais dessa barafunda em que se transformou o Brasil.
Enquanto o governo trata de reverberar na grande mídia o acordo para o reajuste da tabele do IRPF, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a perda anual de R$ 6 bilhões, decorrente do acordo, terá de ser compensada de alguma forma para manter a viabilidade do plano de ajuste fiscal. Isso significa que o mesmo governo que acena com uma pífia benesse na seara do Imposto de Renda arrancará dos trabalhadores mais alguns tostões. Ou seja, o governo mergulhou em mais uma empreitada para ludibriar o cidadão.
Se a presidente Dilma acredita que esse acordo em torno da tabela do IRPF lhe dará algum fôlego político em meio à crise que só cresce, o melhor que o brasileiro pode fazer é se preparar para o pior, pois a realidade está a anos-luz do discurso palaciano, que como sempre tenta transformar o Brasil na versão moderna e tropical do País de Alice, aquele das maravilhas.
Enquanto o Palácio do Planalto se esforça desesperadamente para amenizar os problemas deixados pelo governo anterior, a tal da herança maldita da própria Dilma, a percepção do cidadão em relação à crise piora a cada dia. Fora isso, a pasmaceira que começa a tomar conta da economia vem causando preocupação nos setores que movimentam o País. Em suma, o Brasil está a um passo do despenhadeiro, mas Dilma prefere fazer malabarismo nas alturas. Por certo a presidente não sofre de vertigem, mas continua sob o cabresto da incompetência e da teimosia.