Ministro das Relações Exteriores irá ao Senado para explicar denúncia envolvendo o “Mais Médicos”

mauro_vieira_01Confusão na certa – Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) conseguiu incluir na pauta da audiência pública com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, marcada para a próxima terça-feira (24), questionamento sobre a reunião entre representantes do governo e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), revelado em reportagem da TV Bandeirantes.

A matéria aponta uma série de fraudes na concepção do programa “Mais Médicos” sendo discutidas de forma aberta durante o encontro. O senador quer saber, entre outras irregularidades, como o ministro explica o acobertamento por parte do governo brasileiro de 50 “espiões” do governo cubano que ingressaram no país como médicos.

“Queremos saber como o governo brasileiro pode explicar a entrada de 50 pessoas que vieram aqui cumprindo ordens da ditadura castrista para poder vigiar médicos e por que eles receberam por parte do governo um tratamento diferenciado, sendo credenciados como médicos. Vejam bem: o governo brasileiro acobertou a vinda de espiões estrangeiros travestidos de médicos”, alertou.

Caiado havia apresentado um requerimento de convocação ao chefe do Itamaraty que se transformou em mais um item da pauta da audiência que inicialmente trataria sobre a situação política na Venezuela.

A reportagem da TV Bandeirantes divulgou áudio de uma reunião entre representantes do governo brasileiro e da Opas, em que é tratado abertamente sobre como “driblar” a legislação e esconder a real intenção de financiar o regime cubano.

“A Opas serviu de navio negreiro para transportar esses médicos cubanos que foram negociados como mercadoria. Na reunião eles ficaram diante de um impasse quando discutido o salário. Aí falam de uma determinação do ministro Marco Aurélio Garcia em que ele já definiu: 60% para o governo cubano e 40% para os médicos, como se estivessem negociando um quilo de carne, um quilo de feijão”, protestou.

Caixa 2

Ronaldo Caiado reforçou a tese de que no financiamento do governo cubano através do Mais Médicos pode haver indícios de que este dinheiro voltou em forma de caixa 2 para as campanhas eleitorais de 2014.

“Ao mesmo tempo que estamos financiando uma ditadura, parte desse dinheiro, e eu peço uma investigação séria, pode ter retornado ao Brasil como parte do financiamento orquestrado através do Petrolão”, sugeriu o parlamentar.

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