Petrolão: possibilidade de delação premiada de Ricardo Pessôa e Fernando Baiano assusta políticos

ricardo_pessoa_01Tensão total – Enquanto Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, manteve-se calado na CPI da Petrobras, nesta quinta-feira (19), na órbita da Operação Lava-Jato crescem as chances de ao menos duas novas delações premiadas. Ricardo Pessôa, presidente da UTC, e Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e acusado de ser o operador do PMDB no Petrolão, podem a qualquer momento fechar acordo com o Ministério Público Federal e revelar mais detalhes do maior escândalo de corrupção da história da humanidade.

Fernando Baiano estaria sofrendo pressão da família para contar o que sabe a respeito do esquema criminoso que sangrou os cofres da Petrobras. A eventual delação, se levada às vias de fato, poderá implodir parte a cúpula do PMDB, começando por alguns caciques do Congresso Nacional. Nos bastidores, a pessoas próximas, Baiano já revelou que fez negócios com alguns peemedebistas, os quais podem cair na esteira dos depoimentos.

Esse detalhe nas coxias da Lava-Jato estaria deixando alguns integrantes do PMDB sem dormir. Isso porque a participação do partido no Petrolão já escapou do campo das hipóteses, já frequentando a seara da realidade.

No caso de uma delação de Ricardo Pessôa, dono da empreiteira UTC, o alvo maior seria o PT, em especial o Palácio do Planalto, onde alguns frequentadores também têm perdido o sono.

Inicialmente, Pessôa recuou na primeira tentativa de acordo de delação premiada, alegando discordância em relação ao “roteiro” pela autoridades da força-tarefa da Lava-Jato, mas o fato de ter sido abandonado mais uma vez pelos donos do poder contribuiu para que o empresário retomasse o assunto com mais carinho.

Com a nova prisão de Renato Duque, a luz vermelha voltou a acender no Palácio do Planalto e nas altas esferas do Partido dos Trabalhadores, até porque sua indicação ao cargo foi da legenda, especificamente do mensaleiro condenado José Dirceu de Oliveira e Silva, também investigado no escândalo do Petrolão.

Nos bastidores do poder há quem garanta que se os eventuais novos delatores soltarem a voz, Dirceu deverá voltar para a cadeia ao final do julgamento dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.

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