Como se sofresse de síndrome de Estocolmo, Dilma nutre simpatia pelo algoz PMDB e pode cair

dilma_rousseff_509Contagem regressiva – Cada vez mais pressionada por causa de uma crise político-institucional grave, além da crise econômica que só cresce, a presidente Dilma Vana Rousseff decidiu enfrentar o Parlamento e afirmou, na quinta-feira (19), que a demissão de Cid Gomes, ex-ministro da Educação, não significa que o governo está prestes a promover uma reforma ministerial.

A posição de Dilma relembra o período que antecedeu a queda de Fernando Collor de Mello, que de igual modo também desafiou a classe política. Lembrando que, ao contrário do escandaloso cenário atual, Collor foi despejado do Palácio do Planalto por causa de um automóvel, um Fiat Elba.

Enquanto Dilma, que continua agarrada ao autismo político, finge não ouvir os recados do Congresso Nacional, de quem é refém, os políticos da base aliada, em especial os do PMDB, insistem em conquistar mais espaço no governo. A ideia do partido é abocanhar o sétimo ministério como forma de garantir a governabilidade do País.

No contraponto, a presidente da República faz ouvidos moucos, ao passo que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em momento de oportunismo explícito, defendeu a redução do número de ministérios, atualmente 39.

Reduzir o tamanho paquidérmico do governo deveria ter sido a primeira medida de Dilma, um choque de gestão para mostrar ao País a disposição de se adequar à crise generalizada que varre o território nacional, com destaque para o Planalto Central. Insensível, em termos políticos e truculenta no trato pessoal, a presidente possivelmente continuará sangrando, até que a situação se normalize, caso isso seja viável.

O faro de o PMDB, por meio de Renan Calheiros, defender a redução do número de ministérios não significa que o partido concorda em perder espaço no governo. Ao contrário, cada vez mais voraz, o partido quer mais, pois sabe que Dilma transformou-se em uma refém que sofre da síndrome de Estocolmo, quando a vítima tem simpatia pelo algoz.

A presidente engana-se ao acreditar que o PMDB ajudará de forma desinteressada a solucionar a crise atual, sem ter o seu quinhão e deixando os eventuais louros da vitória para o Partido dos Trabalhadores, viabilizando uma possível volta de Lula ao poder central, em 2018.

Enquanto Dilma Rousseff bate o pé para impor suas vontades, petistas continuam fazendo jogo duplo no Congresso, em sua maioria comandados nos bastidores por Luiz Inácio da Silva, o agora desaparecido lobista de empreiteira. Lula não apenas defende uma imediata reforma ministerial, como exige a demissão de alguns palacianos, como, por exemplo, Aloizio Mercadante, com quem o ex-presidente jamais teve boas relações.

A melhor receita para desatar o nó que se formou no cenário político é o tempo, mas o Brasil não pode esperar mais. Ou Dilma reconhece a sua pequenez ou pede para sair. Até porque, mesmo sendo incompetente, a presidente não cometeu no atual mandato um crime de responsabilidade que justifique um processo de impeachment.

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