Quando um neto dá alegria a quem não é avô

(*) Ucho Haddad –

ucho_20Para muitos pode parecer estranho o título deste artigo, mas é exatamente isso que ocorreu. Um neto proporcionou-me uma enorme alegria sem que eu seja avô. Não há mágica nessa colocação, apesar de ainda não ter ingressado na fase de ser avô, como explicado está.

Considerando que minha preocupação com o futuro do Brasil é contínua, certa vez pensei em criar algo que permitisse o surgimento de brasileiros do amanhã. É exatamente isso que desejo e busco. Encontrar jovens que desde já consigam pensar o Brasil como é e como deveria ser. Não é tarefa fácil, reconheço, em especial para um jornalista que não desiste de passar o Brasil a limpo. O que demanda tempo, dedicação espartana e desprendimento em grau elevado.

Se para muitos soa impensável o meu ideal, para mim é absolutamente viável. E por que acredito isso torna-se possível. Desde que encontre aquilo que procuro. Garante a sabedoria popular que aquele que procura acaba encontrando, mas penso na direção contrária dessa profecia. Ciente de que é tarefa hercúlea encontrar pessoas que queiram abraçar a causa do Brasil, com determinação, lógica e coerência, deixei tudo por conta do acaso.

Com base no direito avoenga, idealizei um projeto para não apenas dar oportunidade aos jovens, que em breve comandarão os destinos do País, de se expressar, mas para deixar um legado que construí ao longo de décadas de dedicação ao jornalismo, sempre tendo o Brasil como foco principal. É nesse ponto que entra o direito avoenga. Não se trata de deixar algo como herança para esse ou aquele, mas de transferir a quem ouse assumir o compromisso de defender o Brasil e cada um dos que vivem debaixo do manto da parcimônia, da justeza e do equilíbrio.

O calendário andou muito mais rápido do que minha capacidade de realização, mas não desisti do ideal, assim como sempre fiz na estrada da vida. Alguns dizem que deixar por conta do acaso é uma forma disfarçada de preguiça, mas continuo acreditando que tudo tem a hora exata para acontecer.

Eis que surge Amílcar Cabral Neto, um jovem paraense de apenas 15 anos que adotou a cidade de São Paulo como sua segunda terra natal. Amílcar foge do padrão da juventude brasileira. Aliás, passa longe da mesmice pasteurizada que é inerente à juventude. Focado como estudante, dono de inteligência em evolução e sempre atento aos temas atuais e de interesse do País, Amílcar de quebra escreve bem, com coerência e clareza.

Afirmar neste momento que Amílcar Neto é um jornalista nato seria precipitação de minha parte, mas sem medo de errar aposto que ele é um pensador em ebulição. E mais: sabe pensar as coisas aparentemente corriqueiras e importantes do cotidiano, algo de valor porque o todo é feito de partes. Ao tomar conhecimento da existência de Amílcar e de sua vocação inconteste, tive a certeza de que o meu ideal estava a dar o primeiro passo no caminho da realização.

O caminho ainda é longo, sem dúvida, mas faço este relato para, honrado e feliz, comunicar que Amílcar Neto é o mais novo colaborador do UCHO.INFO, site que transformou-se em “A MARCA DA NOTÍCIA”. Mais importante do que ser um colaborador, Amílcar será importante para dar-nos um novo prisma para enxergar o Brasil e todas as suas possibilidades e deficiências.

Amílcar Neto, sem saber, tornou-se mestre de cerimônias do TMRW, projeto que idealizei para, tendo o olhar no hoje, pensar o Brasil do amanhã.

Deixo as boas vindas a Amílcar Neto, que conseguiu dar alegria e esperança a quem ainda não é avô. Mesmo assim, em algum lugar, o seu avô de direito, Amílcar Cabral, de quem enverga o nome, há muito está orgulhoso de uma trajetória que começa com ingredientes para ser bem sucedida.

(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.

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