Duque quebra o silêncio ao responder sobre emprego do filho em empresa ligada à Petrobras

(Marcelo Camargo - ABr)
(Marcelo Camargo – ABr)
Mudez de ocasião – Após mais de cincos horas se negando a responder perguntas feitas pelos integrantes da CPI da Petrobras, na quinta-feira (19), Renato Duque, ex-diretor da estatal, quebrou o silêncio e prestou esclarecimentos sobre a atuação do filho, Daniel Tibúrcio Duque, em uma empresa francesa (Technip) que atua na área de petróleo em diversos países e tem escritórios também no Brasil.

Em 2011, uma joint-venture entre a empresa francesa e a brasileira Odebrecht venceu um contrato de US$ 1 bilhão da Petrobras pelo frete e operação de dois navios de instalação de tubulações pelo período de cinco anos. Um ano depois, a Technip ganhou um contrato com a Petrobras num total de US$ 2,1 bilhões, cujo foco seria a construção de 1.400 quilômetros de dutos submarinos para escoamento de petróleo na costa do Brasil. O negócio teve a parceria da empresa LLX, do empresário Eike Batista.

A deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) quis saber se a empresa estrangeira teria algum vínculo com a brasileira UTC, cujo presidente, Ricardo Pessoa, foi preso na operação Lava Jato da Polícia Federal.

“Temos a informação de que seu filho trabalharia na Technip que seria parceira da UTC, do senhor Ricardo Pessoa, executivo que teria relações inclusive com o ex-presidente Lula. Estaria seu filho envolvido neste esquema e correndo o risco de ser preso ou seria ele uma vítima deste emaranhado de corrupção?”, indagou a deputada do PPS.

Na sequência, Duque surpreendeu o plenário da CPI e deu uma resposta que durou 1 minuto e 40 segundos.

“Faço questão de responder esta questão: Primeiramente a Technip não tem nada a ver com a UTC. A Technip é internacional e é muito maior. Meu filho trabalhou em Houston e no Brasil. Ele é economista e foi recrutado com headhunter para trabalhar nos Estados Unidos. Quando ele foi requisitado eu consultei o jurídico da Petrobras e me disseram que não havia nenhum impedimento. Algum tempo ele se retirou para montar o próprio negócio”, afirmou o ex-diretor da Petrobras.

Boca fechada

Diante da insistência de Renato Duque de permanecer em silêncio, seguindo orientações dos advogados, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM/RS) protocolou requerimento solicitando a convocação de Maria Auxiliadora Tibúrcio Duque, esposa do ex-diretor da Petrobras.

Durante a sessão da CPI da Petrobras, em uma de suas raras manifestações, Duque afirmou que o deputado Onyx Lorenzoni o ameaçava. Ao que o parlamentar respondeu: “meu caro, a CPI não ameaça, convoca!”.

Na próxima terça-feira (24), em sessão deliberativa, os membros da CPI votarão o requerimento, que, se aprovado, obrigará a esposa de Duque a comparecer à Câmara.

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