“Estado Islâmico” representa ameaça à Ásia, diz presidente afegão nos EUA

ashraf_ghani_03 (gary cameron - reuters)Recado dado – Em discurso no Congresso norte-americano nesta quarta-feira (25), o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, afirmou que o grupo jihadista “Estado Islâmico” (EI) e seus aliados representam uma “terrível ameaça” aos países da Ásia Central e Ocidental.

Em sua primeira viagem oficial aos Estados Unidos desde que assumiu o poder, em setembro do ano passado, Ghani afirmou que militantes do “EI” já estão enviando combatentes experientes para o sul e o oeste do Afeganistão para “testar as vulnerabilidades”.

O líder afegão também disse acreditar em uma reconciliação nacional, com a reintegração de membros do talibã à sociedade, mas ressaltou que isso só será possível se eles romperem definitivamente com a Al Qaeda.

O presidente afegão aproveitou ainda a ocasião para agradecer ao “povo dos Estados Unidos” pelo serviço e “sacrifício” de mais de uma década na guerra no Afeganistão. “Nós temos uma dívida profunda com os 2.315 militares mortos e os mais de 20 mil feridos em serviço para o seu e o nosso país”, disse.

Agradecimentos

Em discurso carregado de agradecimentos, Ghani ressaltou a importância dos parlamentares americanos em relação ao Afeganistão. “O serviço de homens e mulheres americanos, civis ou militares, no nosso país só foi possível graças ao apoio bipartidário do Congresso dos Estados Unidos. Em nome do nosso próprio parlamento e povo, eu os saúdo e agradeço”.

O líder afegão agradeceu não somente a intervenção militar americana no combate a grupos extremistas, mas também o auxílio na construção de escolas primárias, que permitiu que mais de 3 milhões de meninas pudessem estudar. Os EUA trouxeram “a esperança”, a seu país, disse Ghani.

O presidente afegão desembarcou nos EUA no fim de semana passado, acompanhado pelo executivo-chefe do governo, Abdullah Abdullah. A visita tem como objetivo inaugurar um novo capítulo nas relações entre Washington e Cabul.

Na terça-feira, Ghani foi recebido na Casa Branca pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Os dois chefes de Estado anunciaram a retirada paulatina das tropas americanas do território afegão, com a manutenção de 9,8 mil soldados no país asiático até o fim deste ano. (Com agências internacionais)

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