Assad disse que, às vezes, os bombardeios têm um efeito local. “Mas, em geral, se você quiser falar em termos de EI, na verdade o EI tem se expandido desde o início dos ataques”, disse Assad, em entrevista transmitida no domingo (29).
O ditador afirmou ainda que há estimativas de que o EI estaria recrutando aproximadamente mil pessoas por mês na Síria e no Iraque. “Eles estão se expandindo na Líbia […] e muitas outras organizações afiliadas da Al Qaeda anunciaram lealdade ao EI. Esta é a situação”, acrescentou.
Indagado pelo correspondente da CBS Charlie Rose sobre o alegado uso de gás clorídrico e bombas de barril [artefato explosivo improvisado, contendo estilhaços, petróleo ou armas químicas] por seu Exército, Assad afirmou que essas alegações são “parte da maliciosa propaganda contra a Síria”.
“Em primeiro lugar, o gás clorídrico não é um gás militar. Você pode comprá-lo em qualquer lugar. Ele não é muito eficaz, isto é bastante evidente. Armas tradicionais são mais importantes do que o cloro. E se fosse muito eficaz os terroristas teriam usado isso em uma escala maior”, respondeu Assad.
Atualmente, Washington está buscando negociar uma solução para a guerra civil na Síria que excluiria Assad. Funcionários do Departamento de Estado dos EUA disseram, recentemente, que Assad “nunca” será parte de uma negociação para acabar com o conflito sírio, mas que membros de seu governo poderiam ser parte do processo.
Ainda na entrevista, o presidente da Síria disse que em princípio, todo diálogo é uma coisa positiva. Mas deixou claro que qualquer conversa com os Estados Unidos precisa ser baseada em “respeito mútuo”.
Questionado sob em quais circunstâncias deixaria o poder, Assad respondeu: “Quando eu não tiver o apoio público. Quando eu não representar os interesses e valores sírios.”
O conflito na Síria começou em março de 2011, com protestos contra Assad. Desde então, mais de 220 mil pessoas foram mortas e quase 4 milhões fugiram do país. (Com agências internacionais)