Peleja acirrada – Um juiz americano da Corte de Los Angeles (EUA) rechaçou nesta segunda-feira (30) o pedido do governo brasileiro para suspender uma ação judicial envolvendo uma esmeralda de 38 quilos encontrada em 2001 na Bahia. A pedra, de 180 mil quilates e valor estimado em US$ 400 milhões, é, segundo o governo brasileiro, a maior esmeralda do mundo.
O Brasil afirma que a esmeralda, considerada a maior do mundo, é um “tesouro nacional” que pertence ao patrimônio do país. Com esse argumento, Brasília pediu às autoridades americanas, em setembro do ano passado, o retorno da pedra para ser exposta no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
A gema foi levada por um geólogo para a Califórnia em 2005 e passou a ser disputada, a partir de 2009, por compradores de pedras e pelo grupo americano FM Holdings. Desde então, a esmeralda, de acordo com o governo brasileiro, se encontra em um condado de Los Angeles, guardada pelo xerife local.
Para Michael Johnson, juiz americano responsável pelo caso, o governo brasileiro demorou a se interessar pela propriedade da pedra. O magistrado aconselha as autoridades brasileiras a resolverem esse contencioso por meio da Justiça e, não, é pela via diplomática. O juiz recomenda ainda que o Brasil faça um pedido formal para repatriar a joia rara.
Esmeralda e o furacão Katrina
De acordo com o jornal “Los Angeles Times”, após ser encontrada na Bahia, a esmeralda foi levada para São Paulo. Em 2005, foi transportada para os Estados Unidos por um geólogo da Califórnia. Ele afirma ter enviado a pedra a Nova Orleans, onde permaneceu desaparecida por várias semanas após as inundações provocadas pelo furacão Katrina, em agosto de 2005.
Depois de ser resgatada na água, a esmeralda terminou nas mãos do empresário californiano Larry Biegler, que comunicou seu desaparecimento em 2009. Uma investigação liderada pelo xerife do condado de Los Angeles localizou finalmente a gema em Las Vegas, em posse dos sócios do grupo FM Holding.
O juiz afirmou que o Brasil ainda pode apelar da decisão e mostrar documentos que provem que o país é o proprietário legítimo da pedra para tentar repatriá-la. (Com RFI)