Alça de mira – Líder do PSDB no Senado Federal, o paraibano Cássio Cunha Lima espera que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolha pedido protocolado pelo partido, em 2014, para cassar o mandato da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer. Em pronunciamento nesta quarta-feira (1º), o senador apontou que auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que os Correios foram utilizados sem a devida contratação da campanha, o que caracterizaria abuso de poder político.
De acordo com o líder tucano, os avanços nas investigações da Operação Lava-Jato também reforçam a consistência do pedido do PSDB, ao evidenciar que a campanha de Dilma teria sido beneficiada com recursos desviados da Petrobras. Cássio observou que o ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo, que inicialmente foi negado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Hipótese de cassação
Se Dilma Rousseff e Michel Temer forem cassados, assumirá o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deverá convocar novas eleições, conforme observou Cunha Lima. O senador acredita que uma nova disputa eleitoral poderia ser a saída para a atual crise pela qual passa o País. Segundo o líder do PSDB, o governo se sustenta hoje pela credibilidade pessoal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
“O governo da presidente Dilma, hoje, se sustenta no CPF do ministro Levy e não no CNPJ da União. A crise de credibilidade chegou a tal ponto que o que sustenta, ainda, minimamente, o governo brasileiro é a trajetória pessoal do Levy. O país vive uma crise grave e profunda na economia, na política, nas instituições. Uma crise de credibilidade e também uma crise ética. E o que nos preocupa é que não há um caminho claro a seguir. Estamos numa nau sem rumo. Não há sensação de governo, porque até mesmo as atribuições mais elementares da Presidência da República não estão sendo cumpridas”, lamentou.
PT no Governo
Ao discorrer sobre os 12 anos de governo petista, Cássio Cunha Lima lamentou que o PT tenha optado por formar uma base de sustentação no Congresso Nacional baseada na troca de favores e no aparelhamento do Estado.
“O PT e o presidente Lula poderiam ter usado o patrimônio popular, o patrimônio político que foi conquistado democraticamente, para avançar em mudanças na relação política do país. Mas, infelizmente, foram se emaranhando numa trama, numa teia que foi se estendendo, e os escândalos não param de estarrecer o Brasil”, afirmou.
Pesquisa CNI/Ibope
Na avaliação de Cássio, a insatisfação com os rumos do País é generalizada e crescente. O senador citou dados de recente pesquisa patrocinada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e realizada pelo Ibope. O levantamento aponta que apenas 12% dos brasileiros aprovam o atual governo e 64% dos entrevistados classificam a gestão da presidente Dilma Rousseff como “ruim” ou “péssima”.
“A insatisfação decorre, em primeiro lugar, do que aconteceu na campanha eleitoral, quando a presidente da República, para conseguir sua reeleição, mentiu ao povo brasileiro”, disse Cássio Cunha Lima ao afirmar que as medidas de ajuste fiscal em curso já vinham sendo planejadas antes mesmo das eleições.