“Estado Islâmico” ataca campo de refugiados palestinos em Damasco

(Reuters - UNRWA)
(Reuters – UNRWA)
Barril de pólvora – O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização não governamental com base no Reino Unido, afirmou nesta quarta-feira (1) que o grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) invadiu e tomou “grande parte” do campo palestino de refugiados Yarmouk, ao sul da capital síria, Damasco. A invasão ocorreu após confrontos entre a milícia jihadista e combatentes do grupo palestino Aknaf Beit al-Maqdis, que luta no país contra o presidente Bashar al-Assad.

“O Estado Islâmico controla agora a maior parte do campo Yarmouk, disse o líder da ONG síria, Rami Abdel-Rahman. A informação também foi confirmada pelo diretor para assuntos políticos da Organização para a Libertação da Palestina, Anwar Abdel Hadi: “Combatentes do EI lançaram um ataque em Yarmouk nesta manhã e assumiram a maior parte do campo [de refugiados]”. Ainda não houve posicionamento oficial por parte do governo sírio.

Os combates dentro do extenso campo começaram depois que milicianos do EI entraram na área a partir do distrito vizinho de Hajar al-Aswad e atacaram os escritórios de grupos palestinos, segundo testemunhas. Aknaf Beit al-Maqdis é declaradamente composto por membros do Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza.

Yarmouk, que já chegou a abrigar aproximadamente 160 mil refugiados palestinos e sírios, está cercada há mais de um ano por combates entre forças governamentais e grupos rebeldes sírios, incluindo a Frente al-Nusra, braço da Al Qaeda na Síria. A ONU estima que 18 mil refugiados permaneçam no acampamento, depois que muitos fugiram dos conflitos.

Os habitantes de Yarmouk sofrem com falta de comida, água e medicamentos devido a um cerco quase total imposto há mais de um ano pelo regime local.

Em fevereiro de 2014, os grupos rebeldes se retiraram do acampamento após acordo com as organizações palestinas armadas contrárias ao regime de Assad.

A um passo da Jordânia

No sul da Síria, onde as forças do presidente-ditador Bashar al-Assad lutam contra diferentes grupos rebeldes há mais de quatro anos, os insurgentes tentam tomar o último posto na fronteira com a Jordânia.

Uma semana após a tomada por parte dos rebeldes dos setores xiitas de Bosra al-Cham (sul), os insurgentes conseguiram cercar a região e, “se conseguirem tomar (o posto), terminarão com a presença do regime na fronteira jordaniana”, disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, à agência de notícia AFP.

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