Sem perdão – Um tribunal da Indonésia rejeitou nesta segunda-feira (6) os recursos de dois australianos condenados à morte por tráfico de droga, abrindo caminho para a execução. Era a última possibilidade que os condenados tinham para evitar a morte por fuzilamento.
Os recursos dos australianos Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran Sukumaran, de 33 anos, foram rejeitados pela Justiça, depois que o presidente indonésio, Joko Widodo, já tinha negado pedidos de clemência do governo australiano.
Chan e Sukumaran estão no grupo de 11 prisioneiros, que inclui cidadãos da França, Brasil, Filipinas, Nigéria e Gana, sentenciados à pena de morte por tráfico de droga. Entre eles, está o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, que, segundo sua família, sofre de transtornos mentais. Seu pedido de clemência também foi rejeitado pelo presidente indonésio.
A execução do grupo era planejada para o mês passado, tendo sido suspensa devido aos apelos de seis condenados. Dois dos estrangeiros, Serge Areski Atlaoui, da França, e Martin Anderson, de Gana, ainda esperam pela decisão sobre seus recursos. Mês passado, a Filipina Mary Jane Fiesta Veloso teve sua apelação rejeitada.
As autoridades indonésias afirmaram que esperam que todos os pedidos de recursos legais se resolvam antes de executar os condenados no mesmo dia.
Os australianos foram condenados à morte em 2006 acusados de chefiar um grupo de traficantes, conhecido como Os Nove de Bali, quando tentavam levar oito quilos de heroína de Bali para a Austrália, em 2005.
Governo da Austrália “desapontado”
A ministra do Exterior australiana, Julie Bishop, declarou que seu governo está “desapontado” que os apelos de Sukumaran e Chan tenham sido rejeitados e que a Austrália “respeitosamente pede que o presidente reveja os pedidos de clemência”.
O brasileiro Rodrigo Gularte, que também aguarda a execução no corredor da morte na Indonésia, foi preso em 2004 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, tendo sido condenado em 2005.
Apesar dos pedidos de clemência dos países de origem dos condenados, como Austrália, Brasil e França, Widodo reiterou a firmeza do seu governo contra o tráfico de droga e rejeitou os pedidos dos condenados.
Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil.
A Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes. (Com agências internacionais)