Ucrânia: um ano após início de conflito, Poroshenko cogita referendo

petro_poroshenko_09Jogando a toalha – O presidente ucraniano Petro Poroshenko cogitou nesta segunda-feira (6) a possibilidade de realização de um referendo sobre a descentralização nas cidades do leste separatista do país. A declaração é feita no mesmo dia em que o conflito entre os rebeldes e o governo, que já custou a vida de 6 mil pessoas, completa um ano.

“Eu estou pronto para um referendo se vocês julgarem necessário”, disse Poroshenko durante a primeira reunião da Comissão constitucional criada para implementar a reforma política prevista nos acordos de paz de Minsk 2, assinados em fevereiro. O presidente ucraniano falou da possibilidade de uma “descentralização” que atingiria “cidades, vilarejos e comunidades, mas não regiões”. O chefe de Estado também descartou uma “federalização”, como pedem a Rússia e os rebeldes do leste do país. Para o líder ucraniano, isso colocaria em risco a unidade na Ucrânia.

Denis Pouchiline, um dos chefes da república autoproclamada de Donetsk, reagiu imediatamente às declarações do presidente ucraniano. Ele contestou qualquer decisão tomada pela comissão, que não conta com nenhum representante dos separatistas. “Grande parte dos anúncios feitos por Poroshenko contradizem não apenas os acordos de Minsk, como também o bom senso”, disse o líder rebelde.

Conflito russo completou um ano

A troca de farpas acontece no momento em que o conflito no leste da Ucrânia completa um ano de duração. No dia 6 de abril de 2014, menos de um mês após a anexação da Crimeia, determinada por um referendo que não foi reconhecido pela comunidade internacional, manifestantes pró-russos invadiram a administração regional de Donetsk e a sede dos serviços secretos ucranianos de Lougansk. Desde então, as duas capitais da região continuam nas mãos dos separatistas.

O conflito no leste ucraniano já fez 6 mil mortos, dezenas de milhares de feridos o obrigou centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas. No último fim de semana novos confrontos foram registrados, com a morte de seis soldados ucranianos em apenas 24 horas. (Com RFI)

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