Crise à porta – Com a atividade manufatureira fraca, a diminuição do comércio, o esfriamento do mercado imobiliário e redução no consumo, o crescimento da China deve registrar uma forte queda no primeiro trimestre do ano, apesar dos esforços de Pequim para manter o índice aquecido. Segundo um painel de 15 economistas ouvidos pela agência AFP, a economia chinesa cresceu cerca de 6,9% em um ano.
A taxa oficial será divulgada pelo governo chinês nesta quarta-feira (15). Segundo os especialistas, o crescimento ficará bem abaixo dos 7,3% registrados no trimestre anterior. Em 2014, a segunda maior economia do mundo cresceu 7,4%, o menor índice em quase 25 anos.
Desde então, diante das estatísticas decepcionantes da atividade econômica, o quadro piorou, de acordo com os analistas. A produção industrial e as vendas do varejo despencaram em janeiro e fevereiro, ao ritmo mais baixo em seis anos.
Exportações
As exportações da China caíram quase 15% em um ano, acompanhadas também por uma diminuição de suas importações. As exportações registraram 886,83 bilhões de iuanes (R$ 441 bilhões), enquanto as importações chegaram a 868,67 bilhões (R$ 432 bilhões), anunciou a Administração Geral de Alfândegas do país. O organismo afirma que o superávit comercial chinês desmoronou 62,6% em março, a R$ 9 bilhões.
As alfândegas lembram que a conjuntura mundial é “complicada” e admitiram, nesta segunda-feira, que a queda inesperada gerará “graves incertezas”. Huang Songping, porta-voz da administração alfandegária, afirmou que o resultado foi uma consequência do calendário – as férias do Ano Novo chinês caíram em fevereiro neste ano, prejudicando a atividade.
Para o conjunto de 2015, o painel de analistas interrogado pela AFP espera um crescimento de 6,8%. Há dois meses, os mesmos especialistas previam um crescimento do PIB de 7% para este ano. (Com RFI)