Oito pessoas são assassinadas em organizada do Corinthians, polícia já tem suspeitos

(Edilson Temóteo - Futura Press - Estadão)
(Edilson Temóteo – Futura Press – Estadão)
Crime organizado – A Polícia Civil de São Paulo já tem suspeitos da chacina que matou oito integrantes da torcida organizada corintiana Pavilhão Nove, no último sábado (18), na capital paulista. Os nomes, por enquanto, são mantidos em segredo para não atrapalhar as investigações, de acordo com as informações do plantão da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.

A chacina ocorreu por volta das 23h do sábado na sede da torcida, embaixo da Ponte dos Remédios, na Zona Norte da maior cidade brasileira. De acordo com a Polícia Civil, a possibilidade de briga entre torcidas ser a causa do crime foi descartada e, os investigadores trabalham com outras linhas de apuração, inclusive tráfico de drogas.

Antes da chacina, investigações feitas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apontam que alguns dos mortos comandavam pontos de tráfico de drogas na região da Ceagesp, na Zona Oeste da capital paulista. Eles teriam se desentendido com grupos rivais.

Após inspecionarem o local, os peritos encontraram cápsulas de pistola 9 milímetros, calibre de uso exclusivo da Polícia Federal e das Forças Armadas.”Pelo que nós já temos nos papel, em declarações de testemunhas, nós já temos uma linha de investigação, que não está em briga de torcida”, afirmou o delegado Arlindo José Negrão. “O pessoal já estava indo embora. Sobraram oito pessoas lá. Chegaram três pessoas armadas, colocaram de joelhos, para deitar, e efetuaram disparos neles”, revelou.

De acordo com a Rádio CBN, os assassinos renderam o faxineiro e mandaram os torcedores ajoelharem e depois deitarem no chão. Em seguida, fizeram os disparos. Uma das vítimas chegou a ser levada pelo Samu para o Hospital das Clínicas, porém não resistiu.

A Polícia Militar disse que ligações para o “190” avisaram sobre disparos. O delegado responsável pelo caso afirmou que uma equipe do Juizado Especial Criminal esteve na sede da Pavilhão Nove e conversou com algumas testemunhas.

Entre as vítimas está Fábio Neves Domingos, um dos homens presos por participação no lançamento do sinalizador que matou o garoto Kevin Beltran Espada em Oruro, na Bolívia, em fevereiro de 2013. Fábio estava no grupo de 12 torcedores do Corinthians que passou mais de cem dias preso. Apesar disso, o torcedor logo voltou a se envolver em episódios de violência em estádios. Em agosto de 2013, ele participou da briga generalizada na partida entre Vasco e Corinthians realizada em Brasília.

A chacina na sede da torcida corintiana levará a Polícia Militar a realocar o efetivo no jogo contra o Palmeiras neste domingo (19), pelo campeonato Paulista. Em entrevista à emissora o capitão Valdinei Arcanjo, do 2º Batalhão de Choque, disse que o crime “inspira atenção no que toca à torcida do Palmeiras”.A polícia já prevê aumentar o efetivo para evitar qualquer tipo de represália.

O Corinthians prestou condolências as oito vítimas em seu perfil no Twitter que mostrou um fundo preto e a palavra luto. A mesma imagem aparece no perfil da Gaviões da Fiel acrescida da mensagem: “era para ser um domingo de muita alegria, mas não será. As arquibancadas estão em #luto pela perda dos nossos 8 irmãos”. O ex-presidente do clube Andrés Sanchez também usou esta rede social. “Transmito meu luto e pêsames solidários para com as famílias das oito vitimas da chacina ocorrida na sede da Torcida Pavilhão Nove”.

A assessoria de divulgou a lista das vítimas: Ricardo Júnior Leonel do Prado, 34 anos; André Luiz Santos de Oliveira, 29 anos; Marco Antônio Corassa Júnior, 19 anos; Matheus Fonseca de Oliveira, 19 anos; Fábio Neves Domingos, 34 anos; Jhonatan Fernando Garzillo Massa, 21 anos, Midras Schmidt Rizzo, 38 anos; e um homem não identificado. (Por Danielle Cabral Távora)

apoio_04