Permanência de Vaccari Neto na prisão reforça o desespero que domina a cúpula petista

joao_vaccari_13Pela culatra – Principal protagonista do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, o Partido dos Trabalhadores apostava na libertação de João Vaccari Neto para estancar momentaneamente o sangramento político da legenda, que pode desaparecer na esteira dos efeitos colaterais da Operação Lava-Jato.

Preso na décima segunda etapa da Lava-Jato, Vaccari neto, que deixou o comando das finanças petistas, recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para deixar a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde divide cela com outros integrantes do esquema de corrupção que saqueou os cofres da Petrobras, deixando à estatal um prejuízo da ordem de R$ 88 bilhões.

Relator do caso, o desembargador federal João Paulo Gebran Neto avaliou que “não há ilegalidade” na prisão do ex-tesoureiro petista, que é réu em uma ação penal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de desvios na Petrobrás, Vaccari foi preso preventivamente no último dia 15 por determinação do juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelos processos decorrentes da exitosa operação da Polícia Federal.

Ao decidir pela prisão do petista, Moro levou em conta o risco de o então tesoureiro do PT, “em tal posição de poder e de influência política”, insistir na prática de crimes “ou mesmo perturbar as investigações e a instrução” da ação penal da qual é réu.

Ao analisar o pedido de liminar no habeas corpus, o desembargador Gebran Neto entendeu que “não se verifica, de plano, flagrante ilegalidade no decreto prisional que justifique a intervenção na decisão de primeiro grau, resguardando-se exame mais acurado após informações e parecer ministerial”. A decisão, proferida na segunda-feira (20), se deu em caráter liminar, ou seja, o mérito da decisão terá de ser julgado pela 8ª Turma do TRF4, com sede em Porto Alegre.

A manutenção da prisão de João Vaccari Neto é mais um duro golpe na cúpula petista, que deixou de dormir depois que surgiu a possibilidade de o partido ser multado por participar do Petrolão. O valor da multa ainda não foi calculado, mas estima-se que pode chegar a US$ 200 milhões, montante que implodiria o partido por conta da inviabilidade financeira. A mesma punição deverá ser aos outros dois partidos apontados como artífices do Petrolão: PMDB e PP.

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