Face lenhosa – Na segunda-feira (20), o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci Filho, encaminhou por e-mail uma carta a amigos e dirigentes do PT explicando as consultorias de sua empresa, a Projeto, para os grupos empresariais Pão de Açúcar, JBS e Caoa. Documentos apontam que o petista recebeu R$ 12 milhões de empresas em 2010, quando coordenou a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
Na carta, o ex-ministro queixou-se que “novamente um órgão de nossa imprensa investe de maneira sensacionalista e espetaculosa contra a minha honra”. Palocci alegou ainda que, há mistura de assuntos, datas e uma tentativa de “desqualificar” as relações comerciais de sua consultoria com as empresas citadas.
Na mensagem, o petista afirma que o Ministério Público Federal do Distrito Federal já havia investigado o caso relacionado ao Grupo Pão de Açúcar e que não havia encontrado qualquer irregularidade. Palocci garante que foi prestado o serviço de consultoria à JBS e à Caoa. “É lamentável que se pratique tamanho acinte contra a verdade, sejam quais forem os propósitos que moveram os autores do referido texto ou os que o encomendaram aos seus subscritores”, relata o ex-ministro.
Antonio Palocci usou o mesmo expediente de enviar uma “carta a amigos”, em 2012, explicando as denúncias de que teria aumentado em vinte vezes seu patrimônio entre 2006 e 2010. A carta acabou sendo distribuída também a deputados e senadores.
Na ocasião, ele argumentou que ex-ministros “valem muito no mercado”. O texto destacava que a passagem por cargos como ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central proporciona “uma experiência única que dá enorme valor a esses profissionais no mercado”. (Por Danielle Cabral Távora)