Caminhoneiros confirmam notícia do UCHO.INFO e decidem parar após reunião com o governo

caminhoneiros_06Sem acordo – Como antecipou o UCHO.INFO na madrugada desta quarta-feira (20), os caminheiros iniciarão paralisação à meia-noite de hoje, uma vez que a reunião entre representantes da categoria e integrantes do governo petista de Dilma Rousseff terminou sem acordo, algo que já era esperado, pois no Palácio do Planalto falta bom senso e sobra má vontade.

“O governo não nos ouviu, agora o Brasil vai parar”, afirmou o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí, Carlos Alberto Litti Dame.

Após o término da reunião, que aconteceu na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e contou com a participação dos ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), os caminhoneiros, que já estavam preparados para o pior, começaram a se organizar em várias regiões do País para deflagrar a greve, que terá como ponto central o bloqueio de estradas.

De acordo com os organizadores do movimento, apenas os caminhões com ajuda para as vítimas do tornado que destruiu parcialmente a cidade catarinense de Xanxerê terão passagem liberada.

Como noticiou o site, com a costumeira antecedência, a principal reivindicação dos caminhoneiros era a criação de uma tabela com o preço mínimo de frete, uma espécie de referência para a remuneração dos serviços de transporte rodoviário, pleito rechaçado pelo governo. Para os palacianos a proposta é inconstitucional, já que o governo não pode interferir no mercado.

No contraponto, os caminhoneiros, com razão, discordam da tese de inconstitucionalidade defendida pelo Palácio do Planalto. Para atender à reivindicação da categoria, bastaria o governo da presidente Dilma Rousseff buscar inspiração na Medida Provisória 540, de 2011, que aumentou os impostos dos cigarros e fixou um preço mínimo para os produtos.

Os caminhoneiros foram à reunião devidamente preparados e com argumentos de sobra. “Não é inconstitucional. Os táxis não têm tabela padronizada? Se quiser, o governo pode negociar, alegou Carlos Alberto argumenta Dame.

Já o caminhoneiro Fábio Roque, de Santa Rosa, foi além e usou a própria viagem à capital dos brasileiros para desmontar a tese do governo. “Pra vir pra Brasília, nós fretamos um ônibus. E a ANTT tem um valor mínimo por quilômetro rodado. Por que com o frete não dá pra ter também?, questionou o profissional das estradas.

A intransigência do governo federal no caso dos caminhoneiros é mais uma prova incontestável da falta de sensibilidade da presidente Dilma Rousseff, que não tem competência para escolher assessores, assim como é desprovida de boa vontade para solucionar impasses que surgem aqui e acolá. O Brasil vive um agrave crise econômica, mas a presidente da República quer que os caminhoneiros continuem sendo escravizados, pois os valores pagos pelos fretes são pífios e muitas vezes ficam aquém dos gastos da viagem.

Os brasileiros por certo sofrerão com nova paralisação dos caminhoneiros, mas é preciso apoiar os profissionais que transportam boa parte do PIB nacional pelas estradas verde-louras. Lembrando que a maioria dos caminhoneiros é de autônomos, o que deve impulsionar o movimento grevista.

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