Pingos nos is – Em audiência pública com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, nesta terça-feira (28), o senador Ronaldo Caiado (GO) acusou a gestão petista de alavancar a campanha eleitoral da presidente Dilma. De acordo com o líder do Democratas no Senado Federal, ao longo de 2014, ano eleitoral, a petroleira represou os preços dos combustíveis para segurar a inflação e agora quer arrecadar recursos para financiar o ajuste fiscal.
Sobre o tema, Bendine apenas afirmou que só responde por atos da empresa a partir de fevereiro, quando assumiu a presidência da petrolífera. Caiado ainda questionou o fato de o PT acusar a oposição, reiteradas vezes, de ter planos de privatização da estatal, porém, em doze anos com bastante interferência do Estado e modelos populistas, quebrou a empresa como atestou balanço divulgado na última semana. A audiência foi realizada em reunião conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura.
“A Petrobras alavancou a campanha eleitoral. Segurou o preço do combustível, segurou a inflação e acumulou um, prejuízo de R$ 80 bilhões. Agora, função da empresa é arrecadar recursos para o ajuste fiscal. Primeiro, o compromisso de eleger a presidente Dilma e depois do desfalque, o povo deve pagar pelo ajuste fiscal. E o presidente da Petrobras se eximiu da responsabilidade de responder sobre esse estelionato eleitoral cometido contra o povo”, destacou Caiado. Ainda sobre o preço da gasolina, o parlamentar mostrou que o brasileiro paga hoje o dobro que o norte-americano, enquanto Bendine disse considera justo o valor cobrado no Brasil.
O senador goiano afirmou que o balanço da Petrobras divulgado recentemente comprovou que a empresa está quebrada, resultado da mistura de má administração com desvios de recursos. “O PT quebrou a máxima do mercado: o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada”, pontuou o senador.
Outra questão não respondida pelo dirigente da petroleira brasileira foram as condições dos empréstimos tomados pela Petrobras aos bancos chinês e brasileiros (Caixa e Banco do Brasil). “Questionei se qualquer outra empresa com uma dívida que cresceu R$ 221 bilhões em quatros anos teria acesso a empréstimo no Banco do Brasil ou se esses privilégios são apenas voltados a estatais”, disse Caiado.
Caiado também criticou o sistema de partilha estipulado para a exploração da camada pré-sal. “É um modelo que viabiliza a corrupção, favorece a ingerência política. A empresa hoje é incapaz de arcar com os 30% estipulados em lei de cada consórcio para exploração do pré-sal. Temos hoje uma grande riqueza micada”, analisou.