Sem saída – A origem dos cerca de R$ 33 milhões que duas empresas do marqueteiro do PT, João Santana, trouxeram de Angola para o Brasil precisa ser apurada com rigor. É o que defende o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR). Reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” publicada no último final de semana revela que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a suspeita de que o envio dos recursos, em 2012, faria parte de uma operação de lavagem de dinheiro para beneficiar o Partido dos Trabalhadores. Naquele ano, Santana trabalhou em duas campanhas vitoriosas, a do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
De acordo com o jornal, “uma das suspeitas dos policiais é que os recursos de Angola tenham sido pagos ao marqueteiro por empreiteiras brasileiras que atuam no país africano. Segundo essa hipótese, seria uma forma indireta de o PT quitar débitos que tinha com o marqueteiro”. João Santana alega que o dinheiro era o pagamento dos serviços prestados na campanha presidencial em Angola e diz que todos os impostos foram pagos.
“A dúvida que fica é a origem real dos recursos. Esse ponto precisa ser apurado com rigor pela Polícia Federal que deve dar a maior transparência possível em torno dessa investigação. O pagamento dos impostos poderia ter servido apenas para esquentar um dinheiro de origem duvidosa. É um caso que não pode cair no esquecimento como aconteceu com os pagamentos feitos pelo PT no exterior ao marqueteiro Duda Mendonça na época do Mensalão”, afirmou o líder do PPS.
Na opinião do parlamentar, também é necessário lembrar que o Brasil, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já emprestou cerca de US$ 5 bilhões para Angola por meio de operações secretas.
“Quem garante que esses recursos não foram usados para pagar o marqueteiro do PT? Esse é uma das perguntas que, ao investigar a origem do dinheiro, a Polícia Federal poderá responder. E esse caso reforça a necessidade do governo federal dar transparência total aos empréstimos para Angola, derrubando o sigilo implantado pelo ex-ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento)”, defendeu o deputado.
O líder do PPS lembrou também que o mago eleitoral do PT, que na última campanha promoveu, com Dilma Rousseff, o maior estelionato eleitoral que o País já viu ao longo de sua história, agora terá dificuldades para explicar sua nova mágica.
“Dinheiro não aparece do nada. Tem que ter origem clara. Agora ele vai ter que explicar direitinho essa mágica”, cobrou Rubens Bueno, para quem os esclarecimentos prestados até agora ainda são insuficientes.