Centenas de refugiados muçulmanos resgatados na costa da Indonésia

(R. Bintang - Reuters)
(R. Bintang – Reuters)
Caos instalado – Por volta de 1,6 mil refugiados da etnia rohingya e bangladeshianos foram resgatados no mar da costa da Malásia e da Indonésia nesta segunda-feira (11), disseram autoridades. Aparentemente, as embarcações em que estavam confinados haviam sido abandonadas por traficantes de pessoas.

Um grupo de cerca de 600 pessoas chegou no domingo (10) à província indonésia de Aceh, em quatro barcos, enquanto outros cerca de mil refugiados desembarcaram em três embarcações no arquipélago malaio de Langkawi.

Os muçulmanos rohingyas vêm há décadas sendo discriminados pela maioria budista em Myanmar. Ataques de multidões budistas nos últimos três anos provocaram um êxodo da etnia islâmica para os países vizinhos. A ONU considera os rohingyas uma das minorias mais perseguidas do mundo.

Um dos refugiados contou à polícia de Langkawi que os homens que conduziam a embarcação em que estava fugiram em outros barcos, após dar instruções aos passageiros sobre aonde ir uma vez que chegassem à costa da Malásia. O homem contou que estava sem comer há três dias e que muitos dos passageiros estavam desnutridos.

“Acreditamos que mais barcos virão”, afirmou o vice-chefe de polícia de Langkawi. Os refugiados foram abrigados em um ginásio de esportes, onde receberam cuidados médicos. Muitos estavam doentes e fracos, após passarem mais de dois meses no mar.

Chris Lewa diretora do projeto Arakan, que há mais de uma década monitora a movimentação dos rohingya, estima que entre 7 e 8 mil pessoas estejam sendo mantidas em embarcações de grande e pequeno porte no estreito de Malaca e em águas internacionais na região.

As pessoas acabam confinadas em espaços pequenos, com acesso limitado a água e a alimentos, o que agrava suas condições de saúde. Dezenas de mortes já foram relatadas. (Com agências internacionais)

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