Pedra sobre pedra – Está cada vez mais insustentável a situação da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT). Na segunda-feira (11), em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, confirmou à CPI da Petrobras que entregou, em 2010, R$ 1 milhão em dinheiro do esquema do Petrolão para Gleisi. O repasse foi feito por ordem do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que atendia um pedido do marido da senadora petista, o então ministro do Planejamento de Lula, Paulo Bernardo da Silva.
“Paulo Bernardo, quando ministro, faz o pedido nessa época para Paulo Roberto [Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras] para que eu entregue um milhão de reais para a campanha da Gleisi Hoffmann. A campanha dela ao Senado de 2010”, disse Youssef aos membros da CPI.
Youssef afirmou que o dinheiro dado a Gleisi Hoffmann teve origem em comissões sobre contratos superfaturados firmados por empresas com a Petrobras. A entrega dos valores aconteceu em quatro encontros com o dono de um shopping de Curitiba, que teria feito a mediação.
Desde o primeiro depoimento na Polícia Federal, o casal, Gleisi e Paulo Bernardo, nega ter recebido o dinheiro. A senadora nega até mesmo conhecer Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras, no entanto, que precisa falar a verdade para manter os benefícios obtidos na esteira da delação premiada, garante que manteve “encontros impróprios” com Gleisi Hoffmann e seu marido, o também Paulo Bernardo.
No depoimento, Youssef reafirmou que o Palácio do Planalto (incluindo Lula, enquanto presidente, e Dilma Rousseff, enquanto ministra) tinha conhecimento das operações ilegais e do pagamento de propina através da Petrobras. O raciocínio do doleiro passa pelo fato de que se Paulo Bernardo, em primeiro momento ministro do Planejamento e depois ministro das Comunicações, e sua mulher, Gleisi Hoffmann, não só tinham conhecimento do Petrolão, como se beneficiavam do esquema criminoso, não dá para acreditar que Lula e Dilma – que também se beneficiaram com doações de campanha – desconhecessem o que estava acontecendo.
“A partir do momento que doutor Paulo Roberto Costa chega a minha pessoa e diz que Paulo Bernardo foi a ele pedir dinheiro para a campanha de sua esposa, Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, para a sua campanha de senadora em 2010, eu tenho de entender que o Palácio (Planalto) sabia do que acontecia”, disse Youssef.
