Dilma aposta em investimentos chineses para melhorar imagem diante dos brasileiros insatisfeitos

dilma_rousseff_507Tábua de salvação – Os investimentos chineses no Brasil podem ajudar a melhorar a imagem da “impopular” Dilma Vana Rousseff, em um momento de grande dificuldade interna para a petista. É o que afirma o jornal francês Les Echos. A avaliação está em um artigo dedicado à viagem do primeiro-ministro chinês Li Keqiang ao Brasil. “Pequim pode levar conforto à Dilma”, afirma o diário especializado em economia.

De acordo com o jornal francês, a visita do chefe de governo da China será uma oportunidade para Dilma Rousseff melhorar a imagem de seu governo com os resultados de sua política externa. “A presidente vive um período turbulento”, ressalta o “Les Echos”, que enumera os problemas que fazem a presidente Dilma a enfrentar um momento difícil internamente: inflação, recessão, plano de austeridade e aumento de desemprego. Tudo isso sem falar no escândalo da Petrobras, o Petrolão, que atinge políticos próximos do poder.

Temendo a reação dos brasileiros insatisfeitos – e não são poucos –, Dilma desistiu do tradicional pronunciamento aos trabalhadores no dia 1° de Maio, saída encontrada para evitar os panelaços.

“Mais do que os resultados de sua política, é sua falta de habilidade que está sendo questionada”, escreve o correspondente do diário francês em São Paulo. Em entrevista, Ricardo Sennes, executivo da empresa de consultoria Prospectiva, não poupou críticas à presidente da República. “Dilma suscita crises e ela mesma se tornou uma espécie de crise política ambulante”, afirmou.

Enfraquecida, a presidente Dilma delega mais poderes, escreve “Les Echos”, citando as funções atribuídas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, encarregado de comandar a política de austeridade econômica, e ao vice-presidente, Michel Temer, escalado para a articulação política com o Congresso Nacional. Duas tarefas absolutamente difíceis, quase beirando a seara do impossível. Mesmo assim, Dilma continua sendo derrotada pelo Legislativo, como na recente derrubada do fator previdenciário.

Segundo “Les Echos”, a direção da filial brasileira da empresa Coface, da França, acredita que em seis meses as agências de classificação de risco podem rebaixar a nota do Brasil.

Investimentos

O premiê chinês desembarca em Brasília em um contexto político conturbado, mas Li Keqiang leva ao Brasil o que o país precisa: investimentos para projetos de infraestrutura e linhas de crédito que podem chegar a US$ 53 bilhões.

“Les Echos” cita como exemplo o “projeto faraônico” de uma linha ferroviária para ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando o Brasil e o Peru pela Amazônia. “O objetivo é facilitar as exportações de soja e matérias primas”, explica.

Outro sinal forte da disposição de Pequim em ajudar o país foram os recursos concedidos por bancos chineses à empresa Petrobras, que está com problemas de financiamento. (Com RFI)

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