À deriva – A Tailândia anunciou nesta terça-feira (26) o envio de aviões de reconhecimento ao longo da costa do país em busca de barcos com migrantes perdidos no mar. “Vamos trabalhar em estreita colaboração com equipes de socorro terrestres e marítimas nas zonas usadas pelos barcos”, declarou o chefe da Aeronáutica tailandesa, Jom Rungsawang. Os primeiros aviões de reconhecimento sobrevoaram um raio de 370 km na costa do mar de Andamã, no oeste do país.
Os Estados Unidos também anunciaram que participariam da operação com voos sobre a costa da Malásia, país vizinho à Tailândia e destino de muitos dos barcos com migrantes. Segundo a porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Bancoc, Melissa Sweeney, trata-se de uma ação para ajudar os países da região a compreender melhor a situação no mar de Andamã e no Golfo de Bengali.
Porta-helicópteros
A Tailândia já anunciou o uso de um porta-helicópteros ao longo da sua costa para socorrer os migrantes perdidos no mar. A crise atual no sudeste da Ásia começou no início deste mês quando os atravessadores, com medo da nova política de repressão da Tailândia, via tradicional de trânsito desses migrantes, abandonaram milhares deles no mar. Alguns barcos foram recusados por diferentes países, criando um jogo de “ping-pong humano” denunciado pelas ONGs.
Pressionadas pela comunidade internacional, a Indonésia e a Malásia relaxaram a sua posição e passaram a receber os migrantes temporariamente, que frequentemente chegam em um estado de grande desgaste físico. A Tailândia vai sediar nesta sexta-feira (29) uma cúpula regional sobre o tema.
Os migrantes são formados principalmente por pessoas de Bangladesh fugindo da pobreza e pelos Rohingyas, minoria étnica apátrida e privada de direitos em Mianmar, que fogem de um violento nacionalismo budista. (Com RFI)