Marin recebeu propina anual de R$ 2 milhões por Copa do Mundo no Brasil, afirma jornal

josemaria_marin_17Alarife conhecido – De acordo com as investigações realizadas pela Justiça dos Estados Unidos e pelo Ministério Público da Suíça o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, recebeu R$ 2 milhões por ano em propinas de parceiros comerciais para ceder direitos da Copa do Mundo no Brasil. A informação é do jornal “O Estado de S. Paulo”.

A CBF também foi envolvida no esquema de propinas no valor de US$ 20 milhões para contratos comerciais para a Copa América, que será realizada no Brasil em 2019.

Marin foi preso nesta quarta-feira (27) em Zurique, na Suíça, ao lado de outros seis dirigentes do alto escalão do futebol planetário. Os cartolas deverão ser extraditados para os Estados Unidos e podem pegar até 20 anos de cadeia.

De acordo com a investigação, as propinas começaram na década de 1990 e, durante dezenove anos, um “alto funcionário da FIFA e da CBF” pediu a transferência de valores ligados ao contrato de venda dos direitos da Copa no Brasil. Marin teria aumentado o valor da propina quando assumiu a presidência da CBF, em 2012.

O ex-presidente da CBF ainda aceitou dividir o valor com dois dirigentes brasileiros. Os nomes, porém, não foram mencionados pela investigação. Os pagamentos foram feitos por meio de contas do banco Itaú, em Nova York, e do HSBC, em Londres. Marco Polo Del Nero, atual presidente da entidade, saiu em defesa do dirigente. “São contratos assinados antes da administração de Marin. Não há nenhum contrato assinado depois”, afirmou.

O contrato com a Nike também está sob investigação. A empresa norte-americana pagou US$ 27 milhões, ou seja, R$ 126,8 milhões na cotação atual. O valor foi depositado em conta na Suíça e ajudou a fechar um contrato de patrocínio com a CBF.

A entidade brasileira divulgou uma nota afirmando que apoia as investigações e defendeu a nova gestão. “Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação”, ressaltou a entidade.

No texto, a CBF afirma que “aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente”. Além disso, ressalta que a “nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência”.

José Maria Marin ainda faz parte da gestão atual, comandada por Del Nero, como vice-presidente da CBF. (Por Danielle Cabral Távora)

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